“É um continho bobo, anão, contente da vida.
Vai no meu bolso. Não o leio para ninguém.”
(Carlos Drummond de Andrade em Contos plausíveis)
Os meus também são assim. Pequeninos, insignificantes, bobinhos,
mas, eu os escrevo! “Quanta coragem!” vocês dirão…e eu: “Pois é! Nasceram assim…fazer o quê, não é mesmo?” (Ludmila Saharovsky)
continho número 1: Copacabana
Criava escorpiões nos bolsos. Assim, conseguia passear tranquilo, nas noites de Copacabana. (para Fabiano Mauro Ribeiro)
continho 2: Branca de Neve e os sete anões
Foi só enxergá-los pela primeira vez, e Branca de Neve optou, sem pestanejar, pelo sono profundo! (para Dyrce Araújo)
continho 3: Anúncio Classificado
Fauno ao contrário busca sereia nas mesmas condições. (para Carlos Bueno Guedes)
continho 4: Direitos autorais
Sua pele, finamente tatuada com imagem de um índio pataxó, permanece hoje, emoldurada, nas paredes do Museu do Folclore. Direitos autorais não se discutem! (para Mario, o Lobo)
continho 5: Germinal
Aspirou o pólem com força total. Morreu no verão, a boca repleta de frutos sazonados. (para Ênio Puccini, in memoriam)
continho 6: Guardião
O gato de porcelana observa, há meses, o peixinho vermelho, aterrorizado, dentro do aquário, no hall de entrada do apartamento. (para Márcia Muxagata)
continho 7: Distração
Ao erguer a batuta, que fez desaparecer a orquestra, percebeu o maestro que havia trocado de bastão com o ilusionista. (para José Roberto Cannizza)
Parabéns! Seus continhos bobos não tem nada de bobos. Tem sim muito humor.
Livingstone