SONETO DA SEXTA FEIRA DA PAIXÃO
Morto. Como também já morre o dia
mas continua a ser noutros lugares?
Ou morto diariamente nos altares
por ser diversa a morte que morria?
O corpo morto: azul melancolia
do mesmo azul perdido pelos ares,
vivo azul sobre os campos, sobre os mares,
sobre a clara manhã ou a hora tardia.
Um corpo morto. Um corpo morto de homem
igual a esses cadáveres da guerra
que as batalhas atraem e consomem?
Ou um que junta o mundo à sua sorte,
contempla a sombra em torno e desce à Terra
e morre em solidão e vence a morte?
(Poesia de Carlos Pena Filho de seu Livro Geral)
a good one, ludmila!
Nossa essa foi linda demais mesmo. Mais ainda a parte: mas continua a ser noutros lugares?. Eu penso exatamente nisso.
Oi Marília! Feliz Páscoa!
Eu adoro esse poeta pernambucano, o Carlos Pena Filho. Ele diz com tanto ritmo, beleza e simplicidade as coisa que nos falam ao coração, não é mesmo…Bjs e obrigada pela visita!