Toque, Dailor Varela

Toque

Cerca-me
O toque da palavra
Animal no cio
silêncio e verbo
que calo.
(Dailor Varela, do livro Delírico)

Hoje, meu querido poeta Dailor Varela faz 66 anos.
Nossa amizade é atemporal. Vai desde que eu lhe escrevia longas cartas com a minha Parker 51, carregada de Tinta Azul Real Lavável, e ele me respondia (como responde até hoje) em sua Remington (ou será Olivetti?) cheia de falhas, manchas de tinta e correções com caneta esferográfica, ora preta, ora vermelha. As longas cartas de Dailor são uma obra à parte. Se emolduradas podem ser confundidas com algum trabalho figurativo contemporâneo, ou mesmo com um de seus poemas da fase concretista. E, se lidas, revelam o âmago dessa alma sensível, amargurada, apaixonada, completamente híbrida, herdada do anjo e do demônio que o habitam.
Estar com Dailor exige radicalismo: Ou se ama ou se odeia essa figura ímpar que veio do nordeste e se esconde, hoje, em Monteiro Lobato.
Eu o amo, incondicionalmente!
Salve Dailor!
Seja feliz em seus delírios poéticos!
Beijos, amigo!
(Ludmila Saharovsky)

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    4 pensamentos sobre “Toque, Dailor Varela

    1. Bethy Cossta pro Dailor:

      que esse seja um ciclo de muitas alegrias e muitas criações, que só os poetas sabem fazer… e que os deuses o cubram de bençãos… bjs de parabéns

    2. lud
      seu blog, como sempre, é bastante inspirativo (prefiro inspiracional, mas não é o correto…) inspiração tem um q mais feminino q masculino. sei lá, divagação desnecessária talvez…mas obrigado por me inspirar.
      abs
      paul

    3. querida amiga Lu,

      estamos na travessia do tempo, entre a Parker 51, que tanto me lembra seus lirícos bilhetes, cartas, poemas e seu desenho-letra, como meu pai que tinha também uma letra desenho e usava parker 51. sua escrita é tão linda, clara, como clarice. e aos 66 anos de idade, a gente vai ficando quieto e saudosista. chega de saudade. mas hoje eu saio cada vez menos de casa. adoro ficar em casa, escrevendo, lendo, cozinhando, ouvindo o silêncio e cozinhando. adoro cozinhar, dailor ame-o ou deixe-o, adorei. é isso mesmo. só porque eu vivo, querida amiga, o que sou dentro de mim, dos meus fantasmas, alegrias, labirintos secretos. eu pertenço cada vez menos a esta sociedade que esta aí. é tudo tão banal demais para conviver, nos últimos anos, amiga, tenho feito uma auto-análise, uma vaigem para dentro, que…deu certo. hoje, velho, eu me sinto ótimo comigo mesmo. abraços para o princípe gaucho. beijos lobatenses, dailor um velho poeta

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