Infinito Pessoal

Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada…

Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio…

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo…

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!

David Mourão-Ferreira, in “Infinito Pessoal”

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    1 pensamentos sobre “Infinito Pessoal

    1. Ludmila o dia tem vinte e quatro horas e muitas tarefas a serem cumpridas em seu correr, mas ao visitar este blog tenho a impressão que alongam-se as horas, a correria se amaina e a vida toma novos rumos e cores, paz e harmonia, encantos, encontros e esperanças, enfim, faz com que ‘me encontre comigo mesmo’.

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