Este idioma com que falo às nuvens
enquanto o sono me espreita e confunde as imagens com que colonizo os sonhos
é língua estrangeira de reduzido uso.
A ela respondem as ondas e os rochedos
e algum pássaro noturno, se o chamo pelo primitivo nome.
Então, abrem-se as portas do reino,
o sono vence a batalha e me leva ao seu domínio:
lá onde as estrelas surgem,
lá onde os poemas nascem,
lá onde o silêncio reina soberano,
lá onde a vida forja novas contendas
e me semeia de abismos.
(Ludmila)