Quando o céu transborda

nuvens

Chove e não entendo se é o vento que arrasta a chuva até os vales, ou se é o destino das nuvens, que, abruptamente, interrompe seu ciclo de alva leveza e as coloca no mapa das tormentas.
Chove, e meu coração acompanha a teia de gotas que se fecha sobre a pedra que submerge, sobre a rua que submerge, sobre as plantações.
Por dentro da chuva que cai, impiedosa, a dor das perdas, tantas, despeja-se nos rios que transbordam, nas enchentes que engolem os verdes pastos, nos sonhos que flutuam até a boca voraz do tempo que nada explica e tudo transforma.
Chove, e o dragão feroz que a tempestade liberta me deixa insone, afogando as palavras que não conseguem emergir.
(Ludmila)

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