A dor,
sombra negra que corta a claridade da manhã
e o silêncio denso da casa, pousa,
pesada e obscura no éter do tempo.
A dor,
vento seco do deserto, ela avança,
por entre dunas e oásis; ela avança,
coagulando a alegria.
A dor,
fel que escorre em caudaloso rio,
agulha que perfura as vísceras
e coze o medo, na minha carne viva.
(Ludmila Saharovsky)