Arquivo do autor: Lu Saharov
A eternidade, agora!
Comentam os estudiosos que existem outros mundos além do nosso. E eu creio piamente nisso. E, somos nós quem os criamos. Existe o mundo da música, da poesia, da imaginação. O que seria de nossa vida sem esses refúgios? Lugares por onde transitam personagens que pensam, sentem, criam, amam, odeiam, sofrem e se regozijam. Refletirão a nossa essência, como dizem que refletimos a essência da divindade? Deste mundo que habitamos, pouco há para se descobrir e modificar. Comportamentos, emoções, crenças, parece que se solidificaram no imutável. Quem sabe, nestes outros mundos, de nossos anseios, possamos criar uma realidade melhor? Não corrompida? Ou tudo não passa de uma fantasia, uma farsa, inclusive esta nossa vida que prezamos tanto? (Ludmila)
Tudo o que é vivo é sagrado
Poemas visuais: O céu do Brasil
Céu noturno no Tabuleiro Conceição do Mato Dentro MG. (Foto Jarbas Porto de Mattos)
por do sol em Orleans SC. (Foto Ludmila S.)
por do sol em Eldorado, SP. (Foto Ludmila S.)
por do sol em Urubici, SC. (Foto Ludmila S.)
Por do Sol Pousada Kiriri etê, Urubici, SC. (foto de Ludmila S.)
Céu em Treze Tílias SC. (foto de Ludmila S.)
Céu noturno Pelotas RS. (foto Ludmila S.)
Céu da Serra do Corvo Branco, Urubici, SC. (foto Ludmila S.)
Orleans, a terra da Princesa
Segundo historiadores a Colônia de Orleans nasceu por ocasião do casamento de Suas Altezas Imperiais a Princesa Isabel e o Conde d’Eu, quando receberam do Imperador Dom Pedro II e da Imperatriz Tereza Cristina , de presente de casamento, (Patrimonio Dotal) terras que abrangiam uma vasta região do hoje estado de Santa Catarina. A demarcação original do dote de terras comprendia Orleans, parte de São Ludgero, Grão Pará, Rio Fortuna, Santa Rosa de Lima, parte de Anitápolis, Armazém, São Martinho e São Bonifácio. O nome e o local exato da cidade foram escolhidos na única visita do Conde à nova colônia, em 26 de dezembro de 1884.
Uma das atrações de Orleans é o Museu ao ar livre Princesa Isabel, numa homenagem à memória dos imigrantes colonizadores Inaugurado em 30 de agosto de 1980, o Museu ao Ar Livre é o primeiro do gênero na América Latina, instalado numa área de 20 mil metros quadrados. As construções, de características tradicionais, abrangem capela, engenho de farinha de mandioca, estrebaria, galpão de serviços domésticos, cozinha de chão batido, casa do colono, cantina, meios de transporte, engenho de cana-de-açúcar, serraria pica-pau, oficinas artesanais, marcenaria, atafona, balsa, ferraria e monjolo, incluindo as belas rodas d’água, remetendo-nos ao estilo de vida dos primórdios do povoado. Outra atração são as imagens esculpidas em pedra, no chamado Paredão, pelo artista Zé Diabo. Paredão que segue margeando o belo rio Tubarão. (Ludmila)
Serra do Rio do Rastro – SC.
Visitar a Serra Catarinense e não conhecer esse “perau” (termo sulino para abismos) é como ir até Roma e não ver o Papa. Juntamente com a Serra do Corvo Branco (que liga a cidade de Grão Pará a Urubici) a fantástica Serra do Rio do Rastro, cujas escarpas são a cicatriz da separação entre os continentes africano e sul americano, tem as estradas mais sinuosas e íngremes do Brasil. Eleita internacionalmente como a “estrada mais bonita e mais surpreendente do mundo” a vista que se descortina desde o mirante, com cerca de 1460 m de altitude é de uma beleza sem igual. São cerca de 12 km com 284 curvas entre subidas e descidas, numa estrada repleta de história. Trata-se de um dos pouquíssimos acessos rodoviários cortando a Serra Geral, entre o litoral e a serra catarinense. Este foi o primitivo caminho de tropeiros no passado, que transportavam charques, lãs, queijos da região serrana e sal, frutas, tecidos e remédios do litoral. A travessia, dificílima, num ambiente sempre frio, úmido e ventoso provocou grande mortalidade de mulas por fadiga, choques térmicos, oscilações rápidas de um microclima dinâmico e severo como poucos. A estrada que percorre a Serra é um trecho da rodovia SC-438, que, partindo de Tubarão, próximo ao litoral de Santa Catarina, e passando por Orleans, Lauro Müller, Bom Jardim da Serra e São Joaquim, chega até Lages, no planalto catarinense. No início dos anos 80, a rodovia foi pavimentada e, posteriormente, no trecho do aclive mais espetacular, iluminada. Nós fizemos o percurso desde Urubici, e encontramos a Serra encoberta por densas nuvens. Descemos até o paradouro, no meio dela, e aguardamos as nuvens se dissiparem, para, novamente fazer o trajeto. Desta vez tivemos sorte. A paisagem revelou-se em todo o seu esplendor para nos deslumbrarmos e emocionarmos com tanta beleza. As fotos, a seguir, testemunham que todos os adjetivos qualificativos tornam-se insuficientes para descrevê-la!((Ludmila)
Não deixem de assistir o vídeo abaixo.
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Pousada Kiriri-etê
Kiriri-etê, em tupi guarani significa “O lugar do verdadeiro descanso” e o nome não poderia ser melhor escolhido. A pousada fica 6 km antes da entrada da cidade, encrustada na maravilhosa vegetação do lugar, em meio ao lago, hortênsias, céu azul, canto de pássaros e silêncio. Fomos recebidos por Vera Zilli, a proprietária, não como hóspedes, mas como amigos de longa data. A decoração campestre, o aconchego, o calor da lareira, a vista da serra e os deliciosos pratos supervisionados por Vera, que também é chef de cuisini, fizeram toda a diferença em nossa estadia neste paraíso. A pousada funciona com diárias avulsas e pacotes promocionais, absolutamente acessíveis a quem se dispuser a conhecer o paraíso.
Partimos de Urubici com o firme propósito de retornar em breve! A estarda que tomamos foi a da decida da Serra do Rio do Rastro (outro passeio inesquecível) passando por São Joaquim (a cidade onde sempre neva no inverno) Bom Jardim da Serra, Lauro Muller, Orleans e Grão Pará. A parada em São Joaquim foi por mera curiosidade de conhecer a cidade mais fria do Brasil. Seu atrativo maior, deve ser mesmo a neve que transforma toda a paisagem e atrai milhares de turistas. Fora isso, é uma cidade pequena, sem grandes atrativos. O Parque de exposições da maçã estava fechado. Aproveitamos para comprar maçãs deliciosas na estrada, e também o agora famoso vinagre de maçã que recobrou a fama por suas qualidades medicinais: além de poderoso antiséptico, dizem quecombate a pressão alta, o reumatismo, combate o colesterol, a osteoporose e a artrite, entre outros benefícios. Nos informaram de que a cidade possui excelentes vinícolas com degustação, mas nós não paramos para conferir.
Abaixo algumas fotos de São Joaquim, o belo portal de entrada da cidade, com homenagem aos tropeiros, o restaurante, o mirante e a Igreja Matriz toda de pedra.
A seguir, a descida da Serra do Rio do Rastro
Urubici: Cavernas do Rio dos Bugres
Distante 6 km do centro da cidade, em direção ao Morro da Igreja, este sítio não é devidamente sinalizado, pois encontra-se numa propriedade particular. Chegamos até as cavernas, parando e pedindo informações às pessoas que encontrávamos pelo caminho. O itinerário é mais ou menos o seguinte: ao passar pela Igreja de Santo Antonio, na localidade de Santo Antonio, entrar na primeira rua à esquerda e seguir até a gruta do Rio dos Bugres, por uma estradinha de terra batida (em bom estado) por aproximadamente uns 12 km, tendo, também à esquerda, sempre, a presença do Rio dos Bugres. Quase chegando, começam a aparecer as placas indicativas. Na propriedade, fomos recebidos pela simpática e falante proprietária que nos informou que a estrada até as cavernas estava intransitável e que teríamos que subir a pé. O ingresso foi simbólico: R$3,00 por pessoa, com direito às lanternas. A história do local é bastante curiosa. Ela nos relatou que vem recebendo visitas periódicas de geólogos, que divergem nas opiniões. Para alguns, as cavernas (elas estão mais para covas, ou túneis, ou labirintos interligados com diversas saídas e boa ventilação) são resultado da passagem de lavas pelo local, em tempos muito remotos. Para outros, os buracos teriam sido feitos por tatus gigantes, pré-históricos, que habitavam a região. Já no guia turístico, a informação que consta é a de que as “covas” de origem desconhecida, teriam servido de abrigo para os índios que habitavam a região. Nelas, os “bugres” se protegiam contra o frio intenso da Serra e contra os animais selvagens. No entorno das cavernas existem poços escavados com armadilhas para captura de animais de grande porte, mas o acesso a elas está fechado por motivo de segurança. Após uma subida íngreme de uns 300 metros, as cavernas surgem camufladas por densa vegetação. É um passeio muito interessante! Mais fotos e informações podem ser vistas no endereço http://www.magnusmundi.com/as-cavernas-dos-bugres/
A paisagem do entorno das grutas é maravilhosa. Abaixo as fotos do rio, da estrada de acesso e dos moradores
Outra atração para os visitantes da cidade é a gruta de Nossa Senhora de Lourdes. Ponto de peregrinação religiosa, é uma gruta natural, cercada por paredões de rocha, dentro de um belo parque. Atrás de uma queda d’água de dez metros de altura, encontra-se a imagem de N.Senhora com muitos objetos e fotos deixadas no local pelos fiéis, como testemunho de graças alcançadas. A gruta fica no bairro de Santa Tereza, a 10km do centro, em direção do Morro da Igreja.
Próxima postagem, a maravilhosa pousada Kiriri etê.
Urubici, SC. Inscrições Rupestres
A pedra com as muitas inscrições rupestres fica no Morro do Avencal, no km 5 da estrada que vai para São Joaquim. Se a gente não ficar atenta, passa por ela sem se aperceber, pois a placa indicativa está arrancada e jogada num canto da estrada mostrando a direção contrária! Na pedra, imensa, estão as inscrições deixadas por povos que habitaram a região há pelo menos 4.000 anos, um dos mais importantes registros arqueológicos em território catarinense (segundo informações do folder). Presume-se que esses povos considerassem sagrado o local das inscrições. Dentre os desenhos destaca-se a imagem perfeita de um rosto, a “Máscara do Guardião”, que deve ser procurada atentamente pelo visitante. Quando eu soube, pelo guias da região, da existência desse registro, fiquei muito emocionada. Estes sinais civilizatórios tão antigos, sempre me remetem a um estado de espírito atemporal, onde minha alma viaja e recria histórias dentro da história. Eu imaginei que encontraria um espaço cercado, protegido, respeitado, resguardado. No entanto, o abandono do sítio fez com que eu passasse por ele, à deriva. Precisei retornar e buscá-lo. Realmente não entendo o descaso tão grande que nutrimos por nosso passado, passado que pertence a toda a humanidade. Afinal, sinais que datam de 4 mil anos, deveriam ser resguardados, relíquias arqueológicas vivas, a nos indicarem a continuidade da vida humana sobre o planeta. No entanto, a pedra está marcada com inscrições tipo “Jonatan e Elisete estiveram aqui”, sacos de plástico, latas de refrigerante e fezes infestam o lugar numa flagrante ignorância que hoje impera em nosso País, de história tão desrespeitada. Ah! Fosse em qualquer país fora do nosso e as inscrições estariam protegidas por molduras de vidro, o lugar teria inclusive taxa de visitação cobrada e filas de estudantes e historiadores ávidos em visualizar tamanha riqueza. Mas…estamos no Brasil! (Ludmila) (foto antiga, da Internet, hoje a placa está ilegível)Seguindo mais alguns km e entrando em propriedade particular, chegamos à Cachoeira do Avencal, com seus 100 metros de queda livre em meio aos penhascos. Pode-se chegar de carro até o alto da cachoeira, depois, o percurso é feito a pé.