Jacareí:Tempo e memória – Lançamento

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A cidade ganha, com a publicação do trabalho de Ludmila Saharovsky, Jacareí, Tempo e Memória, os registros de algo maior do que a história local, que é esta junção de memórias pessoais e fatos históricos, instigados pela fotografia.
Este livro, que acompanho aos poucos, de longe, através do blog – outro feito brilhante e generoso da autora, que repartiu a pesquisa com seus leitores sem o ciúme e a avidez da maioria dos autores – é uma composição histórica.
Só quem já se dedicou à pesquisa histórica sabe como é um trabalho exaustivo e arrastado, só quem já se aventurou a escrever pode apreciar o ofício apurado da busca das palavras exatas para exprimir o pensamento.
Ludmila tem trabalhado incessantemente, e hoje presenteia Jacareí com uma história narrativa, a mais antiga forma de transmissão do passado, já presente no que chamamos “proto-história”, e que precede todas as tentativas de delimitar, conformar e enquadrar a ciência histórica de acordo com padrões filosóficos de diversas naturezas.
Nas mãos de Ludmila, a narrativa histórica se torna uma composição, no sentido mesmo da composição musical, na qual diferentes elementos e instrumentos se unem para dar forma e ritmo à obra que transmite uma mensagem.
Assim este trabalho vem fluindo, juntando as memórias transmitidas em conversas, guardadas e recontadas com carinho, às fotografias que por sua vez acendem as memórias de quem as vê e relembra não somente o espaço, mas o sentimento de uma época passada, e ao reconhecimento do mérito de outros pesquisadores, referidos na bibliografia.
Vi que uma outra leitora do blog registra “uma saudade do que nunca vivi”, ao ver as fotos selecionadas neste trabalho. Esta capacidade de ativar emoções nas pessoas que a leem vem de longe, desde os primeiros exercícios na escrita da poesia Ludmila nos enleva. Desta vez ela traz a informação que inteligentemente não nos é “ensinada”, mas se apresenta como um convite a participar dessas memórias, a participar desta valorização dos espaços da memória e a se engajar pela sua preservação.
Em síntese, Jacareí, Tempo e Memória é um trabalho de generosidade e de carinho, de alguém que adotou esta cidade como sua. Se vocês leram o outro livro de Ludmila: Tempo Submerso, devem se lembrar de que ela, ainda criança, dizia ao avô que gostaria de ter uma pátria. Este sentimento de pertencimento e, mais ainda, de compromisso e engajamento, pode-se perceber na autora em sua relação com a cidade, a história e a cultura de Jacareí.
Eu gostaria de estar aí neste momento para parabenizar esta minha doce amiga, pelo grande feito, mas a palavra que aflora em mim neste momento é apenas: OBRIGADA.
Elaine P. Rocha e’ historiadora, com mestrados na PUC-SP e na University of Pretória, doutorado pela USP.
Coordenadora de Historia da América Latina na University of the West Indies, autora de três livros, entre eles: “Racism in Novels. A comparative study in Brazilian and South African Cultural History”(2010), e de vários artigos.

Este texto me foi enviado pela Elaine Rocha, e lido, de surpresa, por Dyrce Araújo, na noite do lançamento de meu livro.
Não tenho palavras para agradecer por tanto carinho.
Foi uma noite de muitas surpresas, alegrias e emoções.
Publico, aqui, as fotos do evento, para que avaliem sua grandiosidade e o que representou para mim!
Autografei, nesta noite, cerca de trezentos e cinquenta volumes!
A todos vocês, a minha gratidão,e em especial, aos amigos que me enviaram estas lindas fotos, materializando tantos momentos felizes!
Ludmila

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    Jacareí: Tempo e Memória

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    Ficha Técnica
    título: Jacareí: Tempo e Memória
    autora: Ludmila Saharovsky
    editora : Scortecci, 380 páginas, 2013
    projeto gráfico: Elemento de Comunicação
    projeto beneficiado pela Lei de Incentivo à Cultura – LIC de Jacareí e patrocinado pela JTU (Jacareí Transporte Urbano)
    valor: O livro será presenteado aos que comparecerem ao lançamento e depois distribuído em escolas, universidades, pontos de cultura e bibliotecas de Jacareí, e também nas bibliotecas da região.
    Sinopse:
    A escritora Ludmila Saharovsky publica, finalmente, essa obra tão aguardada por historiadores, pesquisadores e interessados na História do Vale do Paraíba e que resgata a memória oral da cidade de Jacareí. Os depoimentos, que cobrem 50 anos de historia da cidade, resultam das entrevistas feitas pela autora, com cerca de 40 moradores, todos nascidos no final do séc XIX, início do séc XX, num trabalho que durou quase 30 anos ( de 1978 a 2000 ).
    Fazem parte da presente edição documentos, fotografias e também transcrições compiladas de obras esgotadas.
    O livro divide-se em três partes.
    A primeira narra a criação das primitivas povoações do Vale do Paraíba, e a presença marcante dos bandeirantes e tropeiros na sua expansão territorial.
    Os dados históricos são distribuídos em ordem cronológica, documentando os fatos mais importantes no crescimento da cidade, até chegar ao século XX e às lembranças dos entrevistados.
    A segunda parte do livro é composta pelas entrevistas de todos que ditaram suas memórias, incluindo os depoimentos dos participantes da revolução de 32 e dos pracinhas que lutaram na Itália durante a Segunda Guerra Mundial.
    A terceira parte é dedicada aos sabores do passado. Nela, através de receitas de família, resgata-se um pouco da arte culinária do Vale do Paraíba, tão rica em sua simplicidade e tão saborosa em sua diversidade.
    As lendas da cidade encerram este livro que resgata a memória não apenas de Jacareí, mas de todo o Vale do Paraíba.

    O lançamento será no dia 11 de dezembro, a partir das 20 horas, numa festa no Museu de Antropologia do Vale do Paraíba, em Jacareí, que promete muitas emoções.

    Trechos do livro podem ser acessados no blog:
    www.jacareitempoememoria.com.br

         

      Convite: Jacareí Tempo e Memória

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      Queridos amigos!
      Finalmente meu livro sobre a memória de Jacareí está pronto, impresso e será lançado.
      Foi um trabalho, pode se dizer, de uma vida inteira de pesquisas, anotações, publicações e de planos para lançá-lo na forma como agora se apresenta. Posso dizer, de alma leve: Missão Cumprida!
      Devolvo à cidade que me acolheu com tanto carinho, a memória de seus habitantes e sua história pesquisada em livros que já nem existem mais.
      Ficou um belo trabalho, do qual sinto muito orgulho!
      O livro, fruto de um projeto contemplado pela LIC (Lei de Incentivo à Cultura de Jacareí) não será vendido, e sim distribuído entre os presentes ao lançamento, e depois às escolas, universidades e Bibliotecas Públicas da cidade e da região.
      Quem puder prestigiar-me com sua presença, me deixará imensamente feliz!
      Grande beijo a todos que acreditaram, apoiaram e incentivaram.
      Ludmila

          

        Receita de escrever

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        Tão bom seria se houvesse receita de escrever! E não é que tem?
        Vou lhes revelar a minha!
        *Ter sempre à mão um lápis e um papel, porque o fermento da escrita cresce e transborda da gente a qualquer hora e em qualquer lugar, então, prevenir é sempre o melhor caminho!
        *Ter a certeza absoluta de que há muitos enredos dentro da gente. Escrever é apenas abrir a porta e permitir que eles saiam: livres, selvagens, indomados. Postos para fora, aí sim, caberá a nós colocá-los em ordem sobre os trilhos da história.
        *Um escritor precisa desenvolver também outros ofícios, que lhe permitirão trafegar com maior segurança pelo mundo das idéias. Por exemplo: Tem que saber ouvir o mar. O mar fala o “oceanez”, um dialeto dominado pelas gaivotas e pelas sereias. Não sei se os tubarões o compreendem, mas, os golfinhos, com certeza!
        *Conversar com as violetas também ajuda. Sabiam que as violetas, assim como todas as flores miúdas são poliglotas? Meu avô conversava com elas em russo. Agnes, minha amiga de infância, em francês. Eu converso mesmo no bom português, e elas respondem com buquês cada vez mais coloridos. Aprendi com as violetas, que o cravo nunca brigou com a rosa! Isso é intriga dos humanos, e dá uma bela crônica!
        *Um bom escritor precisa também, e sempre, olhar para o céu diurno e ler as histórias que as nuvens sabem contar como ninguém! Pegue a criança mais próxima a você ( pode ser, inclusive, a sua criança interna) deite-se num gramado próximo, ou na praia, ou no quintal mesmo, e deixe a nuvem guia-lo por castelos, florestas, celestes labirintos…A nuvem entra na cabeça da gente e nos deixa prontinhos para criar!
        *Ah! Numa receita de bem escrever, não pode faltar nunca a magia. Magia de capturar o cheiro da terra molhada após a chuva de verão, do salto do grilo trapezista, da organização das formigas, em fila indiana, levando gravetos para construir suas muralhas subterrâneas, do raio de sol anunciando o alvorecer (ou o anoitecer, tanto faz, desde que a gente o capture com o olhar) Nossa! Quantas histórias podem ser escritas observando o céu tinto de rosa e lilás!
        *E, um bom escritor precisará, urgentemente, abrir seu coração e alma para a poesia. Poemas usam metáforas, usam uma linguagem que modifica as palavras e nos permitem transgredir. Citando Rubem Alves (aqui faço uma observação: ter a companhia de escritores que nos inspiram, é um ingrediente importantíssimo nesse processo, pois são eles que, generosamente, deixam-nos entrar em suas criações e ter acesso à sua visão de mundo, o que nos fornece subsídios para criar a nossa própria receita) mas, citando Rubem Alves: “meu rio de pensamentos foi surpreendido por um peixe dourado que repentinamente saltou de dentro de suas águas e falou um poema – os poemas moram sempre no fundo das águas…” eu complementarei que, não só os poemas mas todos os escritos “moram sempre no fundo das água”!. Das águas de nosso oceano interno, tão rico, único, diverso e inexplorado.
        *Então, terminando essa receita eu direi a vocês: Um bom escritor precisa, com a máxima urgência, aprender a mergulhar!
        (Ludmila Saharovsky)

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