Arquivo do autor: Lu Saharov
Balneário Laguna Merin (Uruguai)
Com este céu nos acompanhando,atravessamos a Ponte entre Brasil (Jaguarão) e Rio Branco (Uruguai) e seguimos por 20 km até o Balneário da Laguna Merin, que ainda não conhecíamos. A estrada, asfaltada é muito boa. O percurso não demora mais do que 15 minutos e a paisagem é sempre deslumbrante. Como estávamos em baixa temporada, encontramos o Balneário completamente vazio. Aproveitamos para explorar os arredores da lagoa, suas praias, e as belas casas dos veranistas. É um lugar encantador! Ventava demais, aliás, no sul venta o tempo todo…quase que o vento “levanta” o Liv!
A Lagoa Mirim é a segunda, em tamanho, do Brasil. Ela tem uma extensão de 185 km e a maior parte situa-se no Brasil. A Lagoa Mirim une-se à Lagoa dos Patos pelo canal natural de São Gonçalo (que atravessamos na ponte em Pelotas) sendo que o canal possui 62 km de extensão. É um passeio imperdível!
E por fim, um por do sol maravilhoso nos brindou com um céu colorido na despedida…
Jaguarão e Rio Branco (Uruguai)
Chegamos em Jaguarão, dia 17 de setembro, depois de uma chuva de tres dias que deixou a cidade fronteiriça de Rio Branco (Uruguai) alagada e com a maioria das lojas fechadas. O Rio Jaguarão subiu 5 metros, numa das maiores inundações dos últimos anos. Como a cidade de Rio Branco fica grudada às suas margens, os estragos foram grandes. Do lado brasileiro, o rio também transbordou, chegando a entrar em algumas casas próximas.
Arroio Chui, onde o Brasil se inicia
É inexplicável o sentimento que nos toma quando avistamos o início das terras de nosso Território Nacional.
Em primeiro lugar nos impressiona a beleza do Arroio Chui, que, em meio a dunas e pedras deságua no Oceano Atlântico. Assim ele é realmente um divisor de terras. De um lado começa o Brasil, do outro, Uruguai. A paisagem que se abre aos nossos olhos é de de uma beleza ímpar. Águas cristalinas, dunas, flores, o oceano majestoso e um farol solitário iluminando rotas. A vontade que se tem é de ficar e ficar e ficar e devorar tudo com os olhos! Eu custo a acreditar que a maioria dos brasileiros vai até a fronteira e se preocupa unicamente em fazer compras no free shop do Uruguai. Se perdessem dez minutos, por apenas seis km. de uma estrada bem pavimentada, chegariam a este lugar que, por si só, justifica os 241 km que se percorrem entre Rio Grande e Chui, e tem, de brinde, pelo caminho, ainda, os 15 km da Reserva do Taim. Isso sem falar do Fortim São Miguel, excelente opção de hospedagem e do Forte de São Miguel que fica nas proximidades e pode ser visitado sem qualquer burocracia na fronteira. Vejam as fotos do Fortim (Hotel) e do Forte São Miguel, inclusive em postagens anteriores neste blog. (Ludmila)
Reserva Ecológica do Taim – RS.
Sempre que recebemos visitas aqui em Rio Grande, o primeiro passeio que fazemos é para mostrar-lhes a maravilhosa Reserva do Taim, que nós também não cansamos de admirar e fotografar. A paisagem é sempre diversa, dependendo da época do ano. Desta vez tivemos a sorte de ver famílias de capivaras, muitas garças, pássaros diversos e até um jacaré dormindo relaxado na beira do alagado. Caso vocês se interessem pela formação do Sistema Hidrológico do Taim, deixo-lhes a indicação de um site muito interessante de alunos da FURG, com explicações. Acessem! (Ludmila)
PS. Todas as fotos desta postagem são de minha autoria. Acessem outras postagens sobre a Reserva do Taim, já publicadas neste blog.
Camboriú, Praia do Estaleiro, SC.
Voltamos sem pressa de São Paulo para Rio Grande, como de costume, parando para abastecer o carro, nos abastecer e descansar.
A primeira parada foi em Curitiba. Chegamos lá à noite, cansados, e como já estivemos na cidade por diversas vezes, pela manhã, pegamos a estrada novamente. Nossa próxima parada foi na Praia do Estaleiro, em Camboriú, Santa Catarina.(Interpraias)
Meu filho Érik havia nos recomendado um restaurante, Recanto da Sereia, que fomos conferir. O lugar é maravilhoso, e a comida idem! Ficamos apaixonados pela praia e resolvemos procurar uma pousada para pernoitarmos. Paramos, por acaso, na Pousada Estaleiro Village, que, fora de temporada, ofereceu-nos, por um preço bastante acessível, uma suite de frente para o mar. Foi bom demais descansar ouvindo o barulho das ondas de nosso quarto.
Diz a lenda que piratas perseguidos pela marinha portuguesa escolheram o Estaleiro para esconder um valioso tesouro. Durante séculos a notícia incentivou viagens de aventureiros e curiosos. Muito tempo depois, descobriu-se que o verdadeiro tesouro da Praia do Estaleiro é a exuberância da natureza, que a faz uma das mais belas praias do litoral catarinense. Hoje, seus 1.500 metros são protegidos por lei, como Área de Preservação Ambiental. Alejandro Olivera, dono da pousada é apaixonado pelo local, além de ser um excelente fotógrafo e anfitrião! Obrigada por me permitir usar suas fotos para ilustrar este belo lugar! (Ludmila)
Para conhecer o trabalho deste fotógrafo, segue o link para suas fotos:
http://www.flickr.com/photos/alestaleiro/sets
Teremok, conto infantil russo
Teremok: Cabaninha
Havia no campo uma cabaninha, que não era grande nem miudinha.
Tinha telhado de cipó, cortininhas de filó, muitas flores no quintal, borboletas no varal.
Só não tinha moradores…
Todos os dias ela aguardava por alguém, dos arredores, que a viesse habitar.
Uma mosca curiosa, explorando o lugar, encontrou a cabaninha e falou: “Achei meu lar!”
Voou por todas as salas, explorou quartos, cozinha, e, quando ia se instalar, ouviu uma voz chamar:
“Oh de casa? Posso entrar?”
A Mosquinha Curiosa, perguntou: “Quem é você?”
“Eu sou a Ratinha Branquinha” Estou cansada, vizinha, posso entrar pra descansar?”
“Entre, entre, que a casa é sua, falou a Mosca Curiosa. Sou a dona desta pousada. Seja bem vinda Ratinha. É bom não estar sozinha. O que você sabe fazer?”
“Eu preparo um pão gostoso, com a farinha que trago na cesta! E tenho manteiga, geleia…Faremos uma bela festa!”
A Ratinha, animada, esqueceu toda a canseira e arrumou a casa inteira! Trouxe lenha pra lareira, trouxe água pra chaleira, preparou um belo jantar! Com a barriga cheinha, com a cabana quentinha, elas foram se deitar.
“Toc, toc, toc…bateram à porta!
“Oh de casa, posso entrar?”
“Quem bate na nossa portinha?” perguntou dona Ratinha
“Sou eu, a Sapinha Quaquinha. Posso saber quem é você?
“Somos duas nesta casa: Eu sou a Mosquinha Curiosa”. ” E eu a Ratinha Branquinha.”
“Pode entrar, a casa é sua…O que você sabe fazer?”
“Eu trago água do lago, posso regar as plantinhas, lavo, passo, lustro os móveis. Serei uma boa vizinha!”
E assim, passaram os dias, com as três sempre ocupadas: trabalhando, conversando, arrumando o jardim, até que uma bela tarde, ouviram um canto assim:
“Cocoricó, corococó…quem mora nesta casinha?”
Moro eu, dona Mosquinha, e eu também, dona Ratinha, e mais eu, dona Sapinha, e você, quem bate aí?”
“Eu sou o Galo Cantor. Eu moro sobre o telhado. Eu canto ao raiar o dia, eu canto ao me deitar. Vocês me deixam entrar?”
“Sou um grande lenhador, farei o serviço pesado e à noite distraio vocês com a minha cantoria. Minha voz é poderosa, eu vou acordá-las sempre, bem ao raiar o dia!”
“Pode entrar, a casa é sua! É bom ter um Galo Cantor e ainda trabalhador!”
Mais um dia se passou…
“Toc, toc, toc…Quem mora nesta casinha?”
“Moro eu, dona Mosquinha, e eu, a dona Ratinha. Eu também, dona Sapinha, e mais eu, o Galo Cantor. E você, que bate aí,podemos saber quem é?”
“Eu sou o Coelhinho Ligeiro. Eu não paro o dia inteiro!Sei plantar cenouras e nabos. Posso fazer sucos fresquinhos e também toco tambor: Bum, bum, bum…Posso morar com vocês?”
Seja bem vindo, Coelhinho. Entre já, a casa é sua…É bom ter novos vizinhos, dividir todo o serviço, tomar suco de cenoura esperando o sol se por!”
Toc, toc, toc…de novo, a porta…Quem será que bate agora?
“Eu sou o Porco Espinho. Posso entrar? Serei um excelente vizinho! Sei cortar lenha, fazer fogo, sei virar uma bolinha e limpar a horta todinha… Meus espinhos recolhem tudo. Não deixo uma sujeirinha…”
“Entre, entre, a casa é sua! Cinco é bom, seis é melhor! Agora a nossa cabana ficou bem apertadinha. Não cabe mais nenhum morador!”
E o tempo foi passando… bem feliz a bicharada dava conta do recado. A casa vivia limpinha, arrumada, cheirosinha… O pátio sempre varrido, o jardim sempre florido, a cerca firme e pintada.
Dona Mosca arrumava, Dona Ratinha cozinhava, A Sapinha regava a horta, o Coelhinho plantava, o Galinho cuidava da cerca, o Porco Espinho vigiava… Mas certa noite, o sossego foi quebrado, por fortes batidas na porta:
“Bum…bum…bum! Quem mora nesta casinha?”, ouviram uma voz rouca rugir do lado de lá!
Moramos a Dona Mosquinha, mais a Ratinha Branquinha,mais a Sapinha Quaquinha, O Coelhinho Ligeiro, O Porco Espinho e o Galo Cantor…E você, quem é?”
“Eu sou o Amigo Urso. Me deixem entrar…por favor! Estou com um sono danado…Vou tomar muito cuidado para não machucar ninguém!” É só uma noite, eu prometo…vou ficar muito quietinho, eu não ronco, não me reviro, pagarei vocês com mel que colhi pelo caminho, me deixem entrar…por favor!”
“Seu Urso, tenha paciência, veja só o seu tamanho! Não é má vontade nossa! Você não cabe, entenda! Essa nossa cabaninha não é nenhuma caverna, e depois, não há mais vagas! Não aceitamos ninguém! Boa noite e passe bem!”
O urso, inconformado, cocou a cabeça, o costado, e sem contar até três, resolveu subir no telhado. Dormiria bem quentinho, junto à chaminé e seu foguinho. Mas, mal colocou as patas e o telhado veio abaixo e com ele a casinha inteira…Não sobrou uma beirinha.
Amanheceu um novo dia, sem nenhuma cantoria. Os bichinhos, coitadinhos, estavam em estado de choque! A cabana derrubada, a horta toda amassada, a cerquinha por um fio…
“E agora, o que faremos? Foi-se a nossa cabaninha!” lamentavam todos eles, sem saber o que fazer…
“Me perdoem, meus amigos…”falou o Amigo Urso. Eu sou grande, eu sou forte, o que fiz, foi sem querer! Estava cansado, com sono, vi seu telhado fofinho e fui tirar um cochilinho. Não queria derrubar! Mas, não fiquem estressados: Eu quebrei! Vou consertar!”
Trabalhou o Amigo Urso, uma semana inteira. Serrou troncos, empilhou, fez janelas, nova cerca, arrumou o que podia, e, assim, uma cabana novinha surgiu bem alta e bem forte. Coube até o urso dentro, que hoje dorme, feliz, com os amigos na volta…e ninguém mais se importa!
(Adaptação do conto russo Teremok, feito por Ludmila Saharovsky)
Teremok, desenho infantil russo
Jacareí: Tempo e memoria
Um texto importante sobre alimentação no Brasil nos foi deixado por Hans Staden, que quase virou comida dos Tupinambás! Seus relatos, na época, tiveram enorme repercussão na Europa. Staden, aprisionado por esses índios, durante oito meses, em Ubatuba, descreveu minuciosamente esse período. Seus relatos e as belas xilogravuras que os acompanhavam ajudaram a fixar, no imaginário europeu, o canibalismo como o tema mais importante no que diz respeito à alimentação indígena. Suas descrições do ritual cabalístico são detalhadas:
“Fez chamuscar o corpo sobre a fogueira para que a pele se desprendesse. Depois retalhou e dividiu os pedaços em partes iguais com os outros, como é costume entre eles.”
Mas não só da prática do canibalismo viviam nossos índios. Staden refere-se à alimentação nos primeiros anos após o descobrimento, relatando:
“Naquela terra só há o que se busca na natureza. Raramente alguém que tenha ido à caça retorna para casa de mãos vazias. “Naquela terra é comum buscar-se, a cada dia ou a cada dois dias, raízes frescas de mandioca e com elas fazer farinha ou bolo.”
Staden faz referência também à transformação da carne e do peixe em farinha, já que o processo de conservação pelo sal era desconhecido dos selvícolas:
“Em agosto eles perseguem uma espécie de peixe que migra do mar para os rios de água doce para a desova. Esses peixes chamam-se piratis, na língua deles, e lisas, em espanhol. Eles pescam os peixes em grande número com pequenas redes, também atiram neles com flechas e retornam com muitos deles fritos para casa. Também fazem deles uma farinha, que chamam de piracui.”
Staden fala em frutas de vegetação rasteira, mel produzido por três tipos de abelhas (o das abelhas menores sendo o melhor) da carne de caça de numerosos animais comestíveis: macacos, grandes pássaros, tatu, capivara, lagarto (seria jacaré?) e da pesca, especialmente, a tainha.
Nos séculos 16 e 17 – ao contrário das Capitanias que foram fundadas do litoral nordestino, onde o cultivo da cana de açúcar prosperou e produziu riquezas, São Paulo de Piratininga e as vilas adjacentes eram muito pobres, forçando os colonizadores a criar alternativas de nutrição com o que havia disponível. Assim, muitos dos hábitos alimentares indígenas foram sendo copiados pelos portugueses e pelos primeiros paulistas que aqui nasceram. Seu cardápio diário era constituído por carne de caça, peixes, legumes, raízes, pinhão, frutas nativas e milho, muito milho, que se transformou na base para muitos pratos que continuam sendo consumidos até hoje: canjica, curau, pamonha e farinha de milho. Este era tão utilizado, que o historiador Sérgio Buarque de Holanda chegou a chamar São Paulo de “civilização do milho”.
O tempo foi passando e, através do comércio estabelecido com o além-mar, os primeiros colonizadores foram introduzindo as carnes de animais domesticados (os bovinos e as aves) e os usos do açúcar (rapadura, a cachaça, etc.) à sua mesa, enquanto os escravos africanos apresentavam-lhes as pimentas, o dendê e o leite de coco.
Já em nosso litoral, desenvolveu-se outro ramo culinário, com a alimentação baseada na pesca e preparo do peixe, que havia em profusão: a cozinha caiçara.
leiam mais no blog: www.jacareitempoememoria.com.br
Molhes da Praia do Cassino – RS.
Os Molhes da Barra de Rio Grande, considerados uma das maiores obras de Engenharia Oceânica do mundo, foram construídos para dar segurança à navegação. No início do século passado, o lugar era conhecido pelos problemas de acesso perigoso e risco de naufrágios. A construção dos molhes aconteceu entre 1909 e 1915, depois de várias décadas de estudos e projetos para controlar as condições adversas da entrada do único porto marítimo do Estado do Rio Grande do Sul.
Os molhes são constituídos por dois quebra-mares construídos com gigantescas pedras que avançam 4 km no Oceano Atlântico. Um deles está localizado no município de Rio Grande e o outro em São José do Norte.
Além de essencial para a navegação, a obra é hoje um dos maiores atrativos turísticos da Zona Sul do Estado. Nela os turistas e visitantes podem realizar um inesquecível e emocionante passeio de vagonetas, adentrando o oceano. As vagonetas são carrinhos movidos à vela, que deslizam sobre trilhos, controlados por trabalhadores conhecidos como vagoneteiros. Os molhes da barra são conhecidos também como local de pesca e por abrigar o refúgio dos lobos e leões marinhos.(fonte: folder da Prefeitura Municipal de Rio Grande)