Sempre arte…


“Sou um construtor de altares
Construo altares à beira de um abismo escuro e silencioso.
Eu os construo com poesia e música.
Os fogos que neles acendo iluminam meu rosto
E me aquecem.
Mas o abismo permanece escuro e silencioso”
(Rubem Alves em Perguntaram-me se acredito em Deus (Editora Planeta)

Creio que a arte constrói-se como os altares de Rubem Alves, à beira de abismos, para iluminar nossos rostos,aquecer nossas almas e alimentar nossas fantasias. (Ludmila)

Dalton Ghetti, brasileiro que vive há muitos anos em Connecticut é o autor dessas incríveis micro esculturas, cuidadosamente esculpidas em pontas de lápis. Dalton usa como ferramentas uma lâmina de barbear, agulhas de costura, estilete e muita paciência para esculpir meticulosamente o grafite, trabalho que pode demorar entre alguns meses a alguns anos. Uma das coisas mais fascinantes sobre estas pequenas obras de arte é que ele nunca as vende, apenas presenteia aos amigos. (Informações recolhidas na Internet)

    

    Conto mínimo: Fantasias

    Sonhou que era um possante corcel negro lutando contra dragões.
    Sonhou que era a princesa flutuando no tapete voador.
    Sonhou que era um pássaro de fogo, habitante das Mil e uma noites.
    Sonhou…sonhou…sonhou como sempre fazia, enquanto o elevador a deixava no escritório do vigésimo andar
    com seus baldes e espanadores para a faxina diária.
    “Vamos logo com essa arrumação, princesa!” ouviu a voz do chefe ecoar ao longe, sem que a anelada carruagem se vislumbrasse no corredor! (Ludmila)

        

      Nelson Rodrigues


      Hoje comemora-se o centenário de nascimento deste grande dramaturgo Brasileiro, pernambucano, recifense, Nelson Rodrigues. Vamos à algumas de suas frases sempre polêmicas:

      “O dinheiro compra até o amor verdadeiro.”
      “O pudor é a mais afrodisíaca das virtudes.”
      “Só o cinismo redime um casamento. É preciso muito cinismo para que um casal chegue às bodas de prata.”
      “Só o inimigo não trai nunca.”
      “A plateia só é respeitosa quando não está a entender nada.”
      “Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém.”
      “A prostituta só enlouquece excepcionalmente. A mulher honesta, sim, é que, devorada pelos próprios escrúpulos, está sempre no limite, na implacável fronteira.”
      “O sábado é uma ilusão.”
      “Convém não facilitar com os bons, convém não provocar os puros. Há no ser humano, e ainda nos melhores, uma série de ferocidades adormecidas. O importante é não acordá-las.”
      “Só o rosto é indecente. Do pescoço para baixo, podia-se andar nu.”
      “O brasileiro, quando não é canalha na véspera, é canalha no dia seguinte.”
      “O adultério não depende da mulher, e sim, do marido, da vocação do marido. O sujeito já nasce marido enganado.”
      “Todo amor é eterno e, se acaba, não era amor.”
      “Os jardins de Burle Marx não têm flores. Têm grama e não flores. Mas, para que grama, se não somos cabras?”
      “Ou o sujeito é crítico ou é inteligente.”
      “Aos 18 anos, o homem não sabe nem como se diz bom-dia a uma mulher. O homem devia nascer com trinta anos.”
      “Se me perguntassem quais seriam as minhas últimas palavras, eu diria: Que besta quadrada, o Carlos Marx!”
      “Ninguém trai o seu ódio, e repito: o homem é mais fiel ao seu ódio do que ao seu amor.”
      “Para a mulher, a psicanálise é como se fosse um toque ginecológico, sem luva.”
      “Sem sorte, não se chupa nem um chica-bom. Você pode engasgar com o palito ou ser atropelado pela carrocinha”.
      “Ou a mulher é fria ou morde. Sem dentada não há amor possível.”
      “O homem não nasceu para ser grande. Um mínimo de grandeza já o desumaniza. Por exemplo: — um ministro. Não é nada, dirão. Mas o fato de ser ministro já o empalha. É como se ele tivesse algodão por dentro, e não entranhas vivas.”
      “Assim como há uma rua Voluntários da Pátria, podia haver uma outra que se chamasse, inversamente, rua Traidores da Pátria.”
      “O boteco é ressoante como uma concha marinha. Todas as vozes brasileiras passam por ele.”
      “A mais tola das virtudes é a idade. Que significa ter quinze, dezessete, dezoito ou vinte anos? Há pulhas, há imbecis, há santos, há gênios de todas as idades.”
      “Em nosso século, o “grande homem” pode ser, ao mesmo tempo, uma boa besta.”
      “O artista tem que ser gênio para alguns e imbecil para outros. Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda.”
      “Acho a velocidade um prazer de cretinos. Ainda conservo o deleite dos bondes que não chegam nunca.”
      “Tudo passa, menos a adúltera. Nos botecos e nos velórios, na esquina e nas farmácias, há sempre alguém falando nas senhoras que traem. O amor bem-sucedido não interessa a ninguém.”
      “A grande vaia é mil vezes mais forte, mais poderosa, mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem.”
      “O casamento já é indissolúvel na véspera.”
      “A educação sexual só devia ser dada por um veterinário.”

         

        Conto mínimo: Para fugir da rotina

        Mal abria os olhos, e já o botão apertado, ligava o televisor.
        Arrumava a casa, ouvindo as primeiras notícias da manhã.
        Lavava a roupa plugada na Ana Maria Braga. Fazia o almoço com as receitas do Universo feminino. Arrumava a cozinha revendo Saia Justa. Cerzia meias sonhando que era Angélica, o corpo escultural, o casamento perfeito. Tomava banho entre dois plim plins e jantava entre lágrimas, torcendo para que Cauã Reymond descobrisse quem era seu pai.
        A rotina perdurou até a noite em que, extenuado, o televisor fulminou-a, com certeiro tiro, na Ultima Sessão Bang Bang. (Ludmila)

          

          Conto mínimo: Sutilezas

          Uma vez por dia, religiosamente, ela levantava-se do confortável sofá e apanhava, da estante, uma caixa entalhada em cedro, repleta de pequenos orifícios.
          Cuidadosamente, retirava dali a víbora, que a picava sempre no dedo indicador, sem deixar vestígios. Entregava-se então ao prazeiroso torpor daquele veneno, administrado em doses homeopáticas, que promovia nela, tenues transformações.
          Deu-se por satisfeita no dia em que, ouvindo as costumeiras reclamações do companheiro, exibiu toda a sua impaciência, chacoalhando, irritada, os sonoros gisos que se lhe afloraram na ponta dos dedos. (Ludmila)

             

            Entrevista para a TV Câmara de Jacareí

            Hoje pela manhã, no jardim de casa, gravei uma entrevista para o programa de Rodrigo Romero, Gente em Destaque.
            O assunto foi a historia que narro em meu livro Tempo Submerso.
            A entrevista irá ao ar dias 25 e 26 de agosto, nos horários das 8, 13 e 20 hs. pelos canais 17 ou 27 da TV a cabo da NET e poderá ser acessada também pelo site da Câmara de Jacareí
            www.camaradejacarei.sp.gov.br
            Foi muito gostoso convrsar com Rodrigo Romero, nesta manhã de sol e luz.
            Obrigada pelo convite e pela oportunidade! (Ludmila)

            Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...