Centro Histórico Vila de Santa Thereza, Bagé






O Centro Histórico da Vila Santa Thereza se estende por cerca de um hectare. Nesse local existia uma vila operária modelo, que chegou a ter 840 funcionários, idealizada pelo português Antônio Nunes de Ribeiro Magalhães – “Visconde de Magalhães” que chegou ao Brasil com 12 anos de idade, estabelecendo-se em Bagé em 1872. Personagem de marcante capacidade empreendedora, foi capaz de construir, em pleno campo Gaúcho do século XIX (a sete quilômetros do centro de Bagé), um aglomerado urbano que oferecia moradia, cultura, lazer e consumo aos operários de suas indústrias de carne. Havia uma esplêndida “quadra de tênis”, para que, nas horas de lazer, eles cultivassem este esporte
O complexo urbano e industrial edificado no entorno da Charqueada Santa Thereza era formado por: vila de operários, palacete do proprietário, capela, coreto, teatro, padaria, hospital, avenidas arborizadas, indústria de derivados, quinta, lagos artificiais, serralheria, alfaiataria, mecânica, almoxarifado, ferraria, quadra de tênis, fábrica de tonéis, olaria, coreto, fábrica de mosaicos, fábrica de adubos, carpintaria, restaurante popular e um Colégio com mais de 60 alunos. Um “parreiral” garantia a produção de 50 pipas de vinho por ano e um viveiro de aves exóticas, como pavão, codornas, pombos correio e faisões completava a propriedade.
Magalhães morreu em 1926, mas o complexo industrial funcionou até 1962, época do último abate. Implantadas ao longo de uma antiga ferrovia, as construções históricas que compunham a vila estavam se deteriorando até 2003, ano em que se iniciou o processo de restauração. Em 25 de outubro de 2008, foi inaugurada a primeira etapa da revitalização do sítio histórico, a Vila Santa Thereza.
(fonte www.cidadedebage.blogspot.com)
A capela, único edifício restaurado, encontra-se junto ao novo teatro, de arquitetura moderna, num calçadão e praça pavimentados com placas de cimento pré-moldado e pedriscos brancos. O restante da vila são ruínas depredadas, com o mato crescendo ao redor.
Nesse meu trajeto recolhendo história oral, o que testemunho em todas as cidades brasileiras por onde passo é o descaso completo dos governantes pela preservação da memória arquitetônica local. O interesse e a mobilização de alguns moradores para preservá-la, infelizmente, é insuficiente na luta contra a ação do tempo e a depredação promovida pelo descaso da maioria e pelo abandono público.
É a riqueza nacional que se perde e que teimamos em não salvaguardar para as próximas gerações: nem a arquitetura, nem a natureza! Quando temos a oportunidade de conhecer a historia de tantas pessoas valorosas e ver as poucas imagens testemunhando esse passado, dá um aperto no coração…Tudo na vida é efêmero, tudo passa, é substituído, descartado, transformado. Não há, infelizmente, caminhos alternativos, e se há, não os descobrimos ainda! (Ludmila)

    

    Bagé II





    Bagé é uma cidade de 200 anos, com belíssimos prédios históricos tombados e muito bem conservados. Nela encontram-se antigas charqueadas, cavernas de pedras, vinícolas e uma gastronomia típica e saborosa. As fotos foram feitas por mim, estreando minha câmera nova…(Lud)

      

      Bagé, Pousada Campeira Chácara das Roseiras






      Saímos de Pedras Altas, com a indicação de Lydia para pernoitarmos na Chácara das Roseiras, a dez km de Bagé. E que indicação! Sila, nossa anfitriã recebeu-nos em sua Pousada Campeira como se fôssemos velhos amigos: carinho, mesa farta, chalé decorado com móveis de época e um céu estrelado, desses, de agradecer ao destino pelas oportunidades com que a vida nos presenteia. Sila é descendente de Bento Gonçalves e contou-nos muitas histórias sobre sua família e sua vida no campo, criando cavalos crioulos, cães da raça australiana Blue Hiller para pastoreio, administrando a pousada, organizando com o marido cavalgadas pelo Pampa Gaúcho. Ah! E eu aprendi a fazer geléia de butiá. Tudo de bom! Por indicação de Sila acabamos conhecendo o Centro Histórico Santa Thereza (início da vila de Bagé) e também os belíssimos casarões da cidade. Se forem à Bagé, não deixem de conhecer a Chácara das Roseiras. Confiram as fotos!
      (Ludmila)

          

        Cemitério de Pedras Altas





        Antes de entrar na cidade de Pedras Altas, um cemitério abandonado, do início do sec. passado, chama a nossa atenção. Localizado bem à beira da Rodovia, os túmulos depredados são um convite à reflexão sobre a efemeridade da vida. Pessoas que já não existem, viveram nessa cidade, apaixonaram-se, casaram, criaram filhos, trabalharam a terra, acompanharam o lento crescimento da cidade, orgulharam-se de seu castelo, viajaram pela ferrovia que cortava a região…Hoje, são apenas lembranças…(Lud)

          

          Assis Brasil e seu Castelo de Pedras Altas






          Este final de semana viajamos até a cidade de Pedras Altas ( distante aproximadamente 200 km de Rio Grande) para conhecer o castelo de Pedras Altas. Ele foi idealizado e construído para ser residência de Joaquim Francisco de Assis Brasil, diplomata, político, revolucionário, agropecuarista e escritor, que escolheu a cidade de Pedras Altas para erguê-lo em 1904. Situada a 30 quilômetros de Pinheiro Machado,(viajando por uma linda e bem conservada estrada de terra) numa altitude de 370 metros, a propriedade tem pastagens abundantes, árvores centenárias e fontes de água. A pedra angular da fortaleza, de 44 cômodos, foi lançada em maio de 1909. Depois de ter sido embaixador brasileiro em Washington e Portugal, Assis Brasil queria morar no campo. Também desejava oferecer conforto à segunda mulher, Lídia Pereira Felício de São Mamede. Os dois se casaram em Lisboa, em 1898. Assis Brasil ergueu a fortaleza com traços medievais numa das paisagens mais isoladas do Rio Grande do Sul para mostrar que era possível desfrutar a natureza sem ficar embrutecido. A idéia não era ostentar, mas enobrecer o campo. Pedras Altas impulsionou a atrasada pecuária gaúcha. Assis Brasil importou vacas jersey da Inglaterra, touros devon, cavalos árabes e ovelhas. Ele só criava animais de raça, como galinhas white wyandotte trazidas dos Estados Unidos. Também introduziu novas espécies de árvores, como o eucalipto, construiu estrebarias, galpões e porteiras que ainda funcionam. Em 1999 o governo tentou tombar o castelo de Pedras Altas como monumento histórico, mas a família de Assis Brasil recusou. Quem administra a propriedade é sua neta Lydia, que, para nossa sorte ali se encontrava e nos relatou muitas histórias, enquanto nos mostrava a propriedade. Visitas para o castelo precisam ser agendadas com antecedência pelo tel. (53) 3613 0099 (Ludmila Saharovsky fotos e texto)