O sol se apaga
De mansinho
A sombra cresce
A voz da noite diz baixinho:
esquece…esquece…
(Helena Kolody)
Pânico – HELENA KOLODY
Não há mais lugar no mundo.
Não há mais lugar.
Aranhas do medo
fiam ciladas no escuro
Nos longes, pesam tormentas.
Rolam soturnos ribombos.
Súbito,
precipita-se nos desfiladeiros
a vida em pânico.
Não há desculpas para as tragédias: um show pirotécnico em local fechado, uma faísca, nuvens de fumaça,
uma porta sem saída. Saldo: 231 vidas de jovens universitários abortadas. Hoje só luto e dor nesse Rio Grande do Sul
de tanto sol e luzes! (Ludmila)