Aonde não podemos estar, os livros nos levam…
Roberto Cambusano, lendo as memórias de seu pai em Londres, onde reside.
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Jacareí – Tempo e Memória
A importância da imagem enquanto documento histórico
Inúmeras vezes ouvimos a frase: “uma imagem vale mais do que mil palavras”. E é fato comprovado.
Antes do advento da máquina fotográfica, foi importantíssima a presença de pintores em todas as expedições artísticas e científicas que vieram ao Brasil, a fim de documentarem visualmente cenas, paisagens, usos e costumes do chamado Novo Mundo. O que seria de nossa memória nacional, sem as maravilhosas ilustrações dos livros de Hans Staden, de Debret, de Frans Post, de Maria Graham, citando apenas alguns desses artistas. Certamente nossa história seria muito pobre! As ilustrações, assim como, depois, as fotografias, tornaram-se preciosos documentos históricos que revelam certas dimensões da realidade difíceis de serem descritas por meio de palavras. A impressão que nos causa uma imagem é completamente diversa da que teríamos a partir de qualquer descrição minuciosa do fato, pessoa ou lugar. Isto, sem falar de sua dimensão universal. A compreensão de uma imagem independente da língua, do país, da visão de mundo de uma determinada pessoa. A imagem é o que mostra. A historiografia tradicional não encarava as fotografias como documentos históricos. Elas passaram a ser vistas, estudadas e consideradas, muito recentemente. Foi a Escola dos Annales, no século XX, que ordenou e conceitualizou a definição de uma riquíssima gama de documentos históricos primários que estão à nossa disposição e podem e devem ser a base de estudo do historiador moderno e que vai desde um caco de cerâmica, até aos objetos de uso cotidiano, passando pelas tradições orais populares. Por isto mesmo é que os modernos historiadores encaram a fotografia como um documento histórico riquíssimo e insubstituível. Nada como ver uma foto, para se saber, concretamente, que aparência tinham os primeiros habitantes de nossa terra recém descoberta, qual roupa usavam, como se calçavam, se penteavam, que aparência tinham suas casas, suas vilas, suas festas populares, as igrejas, as praças, a fauna e a flora.(Ludmila Saharovsky)
trecho do blog www.jacareitempoememoria.com.br
imagem: Trecho de paisagem urbana, 1865, Linde Karl, que consta da Enciclopédia Virtual Itaú. (domínio público)
Bem me quer…mal me quer
Jacareí:Tempo e memória – Lançamento
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A cidade ganha, com a publicação do trabalho de Ludmila Saharovsky, Jacareí, Tempo e Memória, os registros de algo maior do que a história local, que é esta junção de memórias pessoais e fatos históricos, instigados pela fotografia.
Este livro, que acompanho aos poucos, de longe, através do blog – outro feito brilhante e generoso da autora, que repartiu a pesquisa com seus leitores sem o ciúme e a avidez da maioria dos autores – é uma composição histórica.
Só quem já se dedicou à pesquisa histórica sabe como é um trabalho exaustivo e arrastado, só quem já se aventurou a escrever pode apreciar o ofício apurado da busca das palavras exatas para exprimir o pensamento.
Ludmila tem trabalhado incessantemente, e hoje presenteia Jacareí com uma história narrativa, a mais antiga forma de transmissão do passado, já presente no que chamamos “proto-história”, e que precede todas as tentativas de delimitar, conformar e enquadrar a ciência histórica de acordo com padrões filosóficos de diversas naturezas.
Nas mãos de Ludmila, a narrativa histórica se torna uma composição, no sentido mesmo da composição musical, na qual diferentes elementos e instrumentos se unem para dar forma e ritmo à obra que transmite uma mensagem.
Assim este trabalho vem fluindo, juntando as memórias transmitidas em conversas, guardadas e recontadas com carinho, às fotografias que por sua vez acendem as memórias de quem as vê e relembra não somente o espaço, mas o sentimento de uma época passada, e ao reconhecimento do mérito de outros pesquisadores, referidos na bibliografia.
Vi que uma outra leitora do blog registra “uma saudade do que nunca vivi”, ao ver as fotos selecionadas neste trabalho. Esta capacidade de ativar emoções nas pessoas que a leem vem de longe, desde os primeiros exercícios na escrita da poesia Ludmila nos enleva. Desta vez ela traz a informação que inteligentemente não nos é “ensinada”, mas se apresenta como um convite a participar dessas memórias, a participar desta valorização dos espaços da memória e a se engajar pela sua preservação.
Em síntese, Jacareí, Tempo e Memória é um trabalho de generosidade e de carinho, de alguém que adotou esta cidade como sua. Se vocês leram o outro livro de Ludmila: Tempo Submerso, devem se lembrar de que ela, ainda criança, dizia ao avô que gostaria de ter uma pátria. Este sentimento de pertencimento e, mais ainda, de compromisso e engajamento, pode-se perceber na autora em sua relação com a cidade, a história e a cultura de Jacareí.
Eu gostaria de estar aí neste momento para parabenizar esta minha doce amiga, pelo grande feito, mas a palavra que aflora em mim neste momento é apenas: OBRIGADA.
Elaine P. Rocha e’ historiadora, com mestrados na PUC-SP e na University of Pretória, doutorado pela USP.
Coordenadora de Historia da América Latina na University of the West Indies, autora de três livros, entre eles: “Racism in Novels. A comparative study in Brazilian and South African Cultural History”(2010), e de vários artigos.
Este texto me foi enviado pela Elaine Rocha, e lido, de surpresa, por Dyrce Araújo, na noite do lançamento de meu livro.
Não tenho palavras para agradecer por tanto carinho.
Foi uma noite de muitas surpresas, alegrias e emoções.
Publico, aqui, as fotos do evento, para que avaliem sua grandiosidade e o que representou para mim!
Autografei, nesta noite, cerca de trezentos e cinquenta volumes!
A todos vocês, a minha gratidão,e em especial, aos amigos que me enviaram estas lindas fotos, materializando tantos momentos felizes!
Ludmila
Jacareí: Tempo e Memória
Ficha Técnica
título: Jacareí: Tempo e Memória
autora: Ludmila Saharovsky
editora : Scortecci, 380 páginas, 2013
projeto gráfico: Elemento de Comunicação
projeto beneficiado pela Lei de Incentivo à Cultura – LIC de Jacareí e patrocinado pela JTU (Jacareí Transporte Urbano)
valor: O livro será presenteado aos que comparecerem ao lançamento e depois distribuído em escolas, universidades, pontos de cultura e bibliotecas de Jacareí, e também nas bibliotecas da região.
Sinopse:
A escritora Ludmila Saharovsky publica, finalmente, essa obra tão aguardada por historiadores, pesquisadores e interessados na História do Vale do Paraíba e que resgata a memória oral da cidade de Jacareí. Os depoimentos, que cobrem 50 anos de historia da cidade, resultam das entrevistas feitas pela autora, com cerca de 40 moradores, todos nascidos no final do séc XIX, início do séc XX, num trabalho que durou quase 30 anos ( de 1978 a 2000 ).
Fazem parte da presente edição documentos, fotografias e também transcrições compiladas de obras esgotadas.
O livro divide-se em três partes.
A primeira narra a criação das primitivas povoações do Vale do Paraíba, e a presença marcante dos bandeirantes e tropeiros na sua expansão territorial.
Os dados históricos são distribuídos em ordem cronológica, documentando os fatos mais importantes no crescimento da cidade, até chegar ao século XX e às lembranças dos entrevistados.
A segunda parte do livro é composta pelas entrevistas de todos que ditaram suas memórias, incluindo os depoimentos dos participantes da revolução de 32 e dos pracinhas que lutaram na Itália durante a Segunda Guerra Mundial.
A terceira parte é dedicada aos sabores do passado. Nela, através de receitas de família, resgata-se um pouco da arte culinária do Vale do Paraíba, tão rica em sua simplicidade e tão saborosa em sua diversidade.
As lendas da cidade encerram este livro que resgata a memória não apenas de Jacareí, mas de todo o Vale do Paraíba.
O lançamento será no dia 11 de dezembro, a partir das 20 horas, numa festa no Museu de Antropologia do Vale do Paraíba, em Jacareí, que promete muitas emoções.
Trechos do livro podem ser acessados no blog:
www.jacareitempoememoria.com.br
Convite: Jacareí Tempo e Memória
Queridos amigos!
Finalmente meu livro sobre a memória de Jacareí está pronto, impresso e será lançado.
Foi um trabalho, pode se dizer, de uma vida inteira de pesquisas, anotações, publicações e de planos para lançá-lo na forma como agora se apresenta. Posso dizer, de alma leve: Missão Cumprida!
Devolvo à cidade que me acolheu com tanto carinho, a memória de seus habitantes e sua história pesquisada em livros que já nem existem mais.
Ficou um belo trabalho, do qual sinto muito orgulho!
O livro, fruto de um projeto contemplado pela LIC (Lei de Incentivo à Cultura de Jacareí) não será vendido, e sim distribuído entre os presentes ao lançamento, e depois às escolas, universidades e Bibliotecas Públicas da cidade e da região.
Quem puder prestigiar-me com sua presença, me deixará imensamente feliz!
Grande beijo a todos que acreditaram, apoiaram e incentivaram.
Ludmila
Jacareí: Tempo e memoria
Um texto importante sobre alimentação no Brasil nos foi deixado por Hans Staden, que quase virou comida dos Tupinambás! Seus relatos, na época, tiveram enorme repercussão na Europa. Staden, aprisionado por esses índios, durante oito meses, em Ubatuba, descreveu minuciosamente esse período. Seus relatos e as belas xilogravuras que os acompanhavam ajudaram a fixar, no imaginário europeu, o canibalismo como o tema mais importante no que diz respeito à alimentação indígena. Suas descrições do ritual cabalístico são detalhadas:
“Fez chamuscar o corpo sobre a fogueira para que a pele se desprendesse. Depois retalhou e dividiu os pedaços em partes iguais com os outros, como é costume entre eles.”
Mas não só da prática do canibalismo viviam nossos índios. Staden refere-se à alimentação nos primeiros anos após o descobrimento, relatando:
“Naquela terra só há o que se busca na natureza. Raramente alguém que tenha ido à caça retorna para casa de mãos vazias. “Naquela terra é comum buscar-se, a cada dia ou a cada dois dias, raízes frescas de mandioca e com elas fazer farinha ou bolo.”
Staden faz referência também à transformação da carne e do peixe em farinha, já que o processo de conservação pelo sal era desconhecido dos selvícolas:
“Em agosto eles perseguem uma espécie de peixe que migra do mar para os rios de água doce para a desova. Esses peixes chamam-se piratis, na língua deles, e lisas, em espanhol. Eles pescam os peixes em grande número com pequenas redes, também atiram neles com flechas e retornam com muitos deles fritos para casa. Também fazem deles uma farinha, que chamam de piracui.”
Staden fala em frutas de vegetação rasteira, mel produzido por três tipos de abelhas (o das abelhas menores sendo o melhor) da carne de caça de numerosos animais comestíveis: macacos, grandes pássaros, tatu, capivara, lagarto (seria jacaré?) e da pesca, especialmente, a tainha.
Nos séculos 16 e 17 – ao contrário das Capitanias que foram fundadas do litoral nordestino, onde o cultivo da cana de açúcar prosperou e produziu riquezas, São Paulo de Piratininga e as vilas adjacentes eram muito pobres, forçando os colonizadores a criar alternativas de nutrição com o que havia disponível. Assim, muitos dos hábitos alimentares indígenas foram sendo copiados pelos portugueses e pelos primeiros paulistas que aqui nasceram. Seu cardápio diário era constituído por carne de caça, peixes, legumes, raízes, pinhão, frutas nativas e milho, muito milho, que se transformou na base para muitos pratos que continuam sendo consumidos até hoje: canjica, curau, pamonha e farinha de milho. Este era tão utilizado, que o historiador Sérgio Buarque de Holanda chegou a chamar São Paulo de “civilização do milho”.
O tempo foi passando e, através do comércio estabelecido com o além-mar, os primeiros colonizadores foram introduzindo as carnes de animais domesticados (os bovinos e as aves) e os usos do açúcar (rapadura, a cachaça, etc.) à sua mesa, enquanto os escravos africanos apresentavam-lhes as pimentas, o dendê e o leite de coco.
Já em nosso litoral, desenvolveu-se outro ramo culinário, com a alimentação baseada na pesca e preparo do peixe, que havia em profusão: a cozinha caiçara.
leiam mais no blog: www.jacareitempoememoria.com.br
Jacareí Tempo e Memória
Queridos amigos!
Gostaria muito de convidá-los para que visitem o blog criado para o novo livro que acabei de escrever: Jacareí, tempo e memória.
www.jacareitempoememoria.com.br
Nele, alem de fotos raras, publico lendas, receitas, História e historias da região do Vale do Paraíba, relatadas por seus moradores. Ficarei muito feliz com sua visita! (Ludmila)
Novo Blog, amanhã no ar!
Amigos!
Estive um pouco ausente deste meu espaço azul, onde sempre me encontro com vocês, mas foi por uma causa justa.
Estava terminando a última parte de meu novo livro, Jacareí:Tempo e Memória e ultimando os ajustes restantes para colocar o blog, que faz parte do mesmo projeto do livro, amanhã, no ar.
Estou de alma leve! Mais uma importante etapa de meus projetos, concluída.
O livro, agora, passará por toda a fase preparatória antes da edição: revisão, diagramação, tratamento de fotos (que são muitas) escolha da capa. O serviço maior, e meu, pessoal, já está cumprido. Levei muitos meses pesquisando e corroborando informações, escrevendo, lendo, apagando, reescrevendo, buscando a palavra mais adequada, o adjetivo justo, a frase de melhor construção. Agora…aos arremates finais!
Quem escreve sabe do que falo! Quando a gente se depara com o início do projeto, a primeira folha em branco, uma sofreguidão criativa nos toma. Vamos, como que num estado de êxtase, o mundo lá fora, e nós nos meandros do curso da historia… Quando o trabalho termina, junto com a satisfação de colocar-se o último ponto final, vem aquele sentimento de readequação ao mundo. E agora, o que farei?
Com certeza continuarei escrevendo. Novas páginas em branco estão à minha espera.
Hoje, aqui, agora, eu quero apresentar a vocês, meu amigos queridos, que sempre estão presentes em minha vida, o endereço de meu novo blog, em primeira mão: www.jacareitempoememoria.com.br
Ele ainda não está cem por cento terminado. Só com o a postagem periódica é que perceberei a necessidade de eventuais mudanças.
Eu o divido com vocês, com orgulho e alegria.
Espero receber de todos, a mesma assiduidade de leituras que tenho neste nosso Espelho.
Carinho, amizade e gratidão é o que lhes ofereço. E os convido a uma volta ao passado. Vamos lá?
(Ludmila)
Jacareí: Tempo e Memória
Só quem tem por ofício a escrita, sabe a alegria que se sente, ao ver um livro tomando forma.
É uma gestação. De ideias, certo, mas creio que todos nascemos de uma ideia que se fez, primeiramente, verbo.
Reler livros de historiadores que nos iluminam o caminho das descobertas. Rever fotos de lugares que já não existem. Entrar nas memórias de pessoas que já se foram. Descobrir detalhes, sentimento, emoções, uma outra visão da história. E materializar, tudo isso, de novo, no papel, não tem preço.
Sou uma privilegiada e agradeço, diariamente, pela oportunidade de devolver à minha cidade, um pouco das lembranças que vão se esmaecendo na memória coletiva. Jacareí: Tempo e memória é um livro escrito a muitas mãos. É uma colcha de retalhos muito pessoais, que eu vou, apenas, arrematando.
Abaixo, trechos de recordações que comporão o livro:
“Jacareí, quando eu nasci, era assim. Calma, quieta, onde todos formavam uma só família, e onde, quando saíamos em grupo, brincávamos de enumerar um por um, os moradores daquela rua, daquelas casas queridas. O meu pai tinha uma farmácia, e neste terreno de sua casa, lá no fundo do quintal, está enterrado meu umbigo”.(Jarbas Porto de Mattos)
“Amigos, eu, como professor, quero deixar gravada aqui minha homenagem ao inesquecível Cônego José Bento, outra figura esquecida. Ele que foi um educador exemplar, criador do Colégio São Miguel, nas terras onde hoje está a fazenda Coleginho, e que depois de sua morte foi transferido para o Avareí. Hoje, por causa dele, temos a nossa Escola Profissional” (Décio Moreira)
“Eu me lembro muito bem de Dona Dionísia Zicarelli. Ela estudou piano com maestro Laudelino de Moraes. Ela, O Laudelino e dona Adelaide, sua esposa, fundaram a Escola de Música Santa Cecília. A Dionísia também tocou muito piano nas seções de cinema do Perretti e do Albano Máximo. Tinha gente que ia no cinema só para ouvir ela tocar. Acho que foi na década de 40 que ela criou a Orquestra Sinfônica de Jacareí. O Verano Câmara tocava violino. O Antonio Piovesan também. Era uma beleza a apresentação deles lá no Trianon. Ah, lembrei! A Noêmia Loureiro tocava piano…” (Odilon de Siqueira)
“Lá onde hoje é a estação de captação de água do SAAE, chamava-se “Bairro do Toco”.( hoje Jardim Liberdade) O rio ali, fazia uma ilha, bem no pasto do Coronel Antonio Ramos, onde tinha uma árvore enorme. Toda a molecada nadava no rio, naquele lugar, porque lá dava pé. A gente desconhecia o perigo! Precioso tempo…” (Domingos Válio)
“Lembro-me ainda, muito bem, de quando eu tinha 12 pra 13 anos, das brigas de zona com zona, que eram um horror. Nós fazíamos guerra com o pessoal dos outros bairros. Tinha a turma do Bairro do Riachuelo, da Matriz, do Largo do Rosário, da Estação e da Ponte. Então era um tal de uma turma desafiar outra, que não tinha jeito.Havia uma arvore que dava uma frutinha parecida com azeitona, que agente usava nos estilingues. Nós enchíamos os bolsos dessas frutinhas e partíamos pra briga. Usávamos também taquaras, paus e pedras. Nós marcávamos encontro para as brigas e a coisa ficava preta.” (Ubirajara Mercadante Loureiro, Seu Biroca)
“Naquela época usava-se encomendar muita coroa de biscuit para enviar aos defuntos. Elas eram compradas de fora, de viajantes que traziam as amostras e a gente encomendava. Elas iam enfeitadas com fitas roxas, as letras douradas para escrever e eu ajudava o titio a separar as letras para escrever as mensagens.
Ah! E também não se usava roupa comum para enterrar os defuntos. Precisava ser tudo novo. As senhoras eram enterradas com mortalhas. Compravam os panos na loja de vovô. Fazia-se uma camisola de baixo conforme a cor que se queria. Azul se fosse vestida de Nossa Senhora, por exemplo. Fazia-se aquele manto comprido que não podia ser costurado à máquina. Tinha que ser na mão. Eu ajudei a costurar muitos. Os homens iam enterrados de terno mesmo.” (Rafaela Mercadante)
E minha colcha de retalhos preciosos, segue… (Ludmila Saharovsky)