Quero de volta o cordão umbilical que me prendia ao sonho.
Anelo pela água, pelo pulsar do sangue na tessitura de minha pele, no aconchego da placenta onde eu germinava em dedos, unhas, vísceras e ossos, na opulência da carne. Na memória do caos onde tudo começa.
Cada linha das mãos gravando minha história, única, ligada às constelações e ao seu inalcançável brilho.
Eu, antes do sopro em minha boca. Eu, uma palpitação, apenas, preparando-me para o vir a ser na ilusão do mundo. No âmago da loucura. Na opulência do abismo.
Cada geografia com suas dores perpetuadas, consome-se em lágrimas e medo. Descreve-se no líquen das palavras, tantas, que ocultam o doce mistério da vida. Vida, este instinto interminável que nos empurra para o avesso do sonho. Para o oposto do brilho. Para o batismo da morte. Sempre! Sempre a vida por um fio nas mãos das moiras. Sempre…por um fio!
(Ludmila com foto Internet)
Por um fio
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