Eu era o mar por onde navegavas: cintilação, estrela, nuvem, alga, quimera, feixe de luz, barco de espuma, bruma.
Teu corpo envolto por um sopro azul flutuava no itinerário lento das marés. E um manto de escamas o recobria.
E havia dunas e aves que sonhavam ultrapassar a inatingível linha do horizonte.
E havia o vento que varria as nuvens, que encrespava as ondas, que levantava a areia, que me dilacerava as entranhas.
Em ti dançava o sal das águas e em mim o medo cego dos naufrágios. (Ludmila)
Mar de dentro
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