Terminando nossa viagem pela Rota das Missões, paramos em Santo Ângelo Custódio, último assentamento dos jesuítas.
Santo Ângelo foi o último município dos Sete Povos das Missões a ser fundado, em 1706, pelo jesuíta Diogo de Haze, belga de nascimento. Mesmo com uma estrutura semelhante às demais reduções, o povo de Santo Ângelo prosperou muito economicamente, tornando-se, na época, o maior produtor de erva-mate e o mais rico. A derrocada do Sétimo Povo das Missões Orientais do Uruguai acontece pelas mesmas causas das outras seis reduções: o litígio formado com a demarcação estabelecida pelo Tratado de Madrid (1750) e suas consequências políticas.
Seus primeiros habitantes, descendentes de paulistas e imigrantes alemães, aproveitaram as pedras do antigo colégio e da Igreja Jesuítica para edificar suas casas e uma outra igreja no mesmo lugar da antiga, mas sem afetar o traçado urbanístico missioneiro.
Catedral Angelopolitana
A nova Catedral Angelopolitana está localizada no mesmo lugar da primitiva igreja missioneira de 1707. Seu estilo imita a catedral da Redução de São Miguel Arcanjo, com traços renascentistas e barrocos. A fronteira está encimada por imagens dos santos padroeiros dos Sete Povos: São Borja, São Nicolau, São Luiz Gonzaga, São João Batista, São Lourenço Mártir, São Miguel Arcanjo e Santo Ângelo Custódio (Santo Anjo da Guarda). No seu interior encontra-se uma imagem em madeira do Cristo Morto, de origem missioneira, em tamanho natural, datando de 1740. Ao seu redor está instalado o Museu a céu aberto, resguardando os achados nas escavações arqueológicas realizadas no local. Na praça encontra-se também o principal museu da cidade: Museu Municipal Dr. José Olavo Machado. O prédio onde está instalado o museu foi residência do último intendente e primeiro prefeito municipal, Dr. Ulisses Rodrigues e suas paredes foram construídas com as pedras retiradas da igreja original dos jesuítas, conforme podemos observar nas fotos