Nuevas formas de lectura, Luis Gruss


(foto e texto retirados do blog www.suspendelviaje.blogspot.com)

No sólo leer libros. Leer también los labios, la calle, la ciudad, los gestos, el movimiento interno de las aguas. Leer en el abismo de un escote, en las manos, en los árboles, en el fuego. Leer en los silencios de la gente, en las miradas, en la oscuridad del taxista o el colectivero. Leer en el cielo y en la tierra y en todo lo que está entre los pies y la cabeza y arriba y abajo y al costado. No sólo leer libros o diarios o revistas. El universo es una biblioteca ambulante.
(Luis Gruss)

Tradução livre do texto “Novas formas de leitura”

Não ler apenas livros. Ler também os lábios, a rua, a cidade, os gestos, o movimento interno das águas. Ler no abismo de uma fenda, nas mãos, nas árvores, no fogo. Ler no silêncio das pessoas, nos olhares, na obscuridade do taxista ou do condutor. Ler no céu e na terra e em tudo o que está entre os pés e a cabeça e acima e abaixo e nas laterais. Não ler apenas livros ou diários ou revistas. O universo é uma biblioteca ambulate. (Ludmila)

Amigos! Hoje lhes transcrevo, com a permissão do autor, esse texto belíssimo sobre novas formas de leitura. Há tempos acompanho o blog desse escritor argentino, e o recomendo a todos os amantes da boa literatura. Obrigada, Luis, pela oportunidade de partilhar seu texto com meus amigos. Sinto-me muito honrada. Abraços! (Lud)

    

    Mulheres

    (Eu, o Mar. Óleo sobre tela de Vsevolod Shvaiba)
    Vsevolod Mihailovich Shvaiba, jovem talento da Bielorússia, nasceu em Minsk em 1983. Mais informações: www.shvaiba.com

    Mulheres:
    Nem santas, nem rainhas, feiticeiras
    Queremos ser, apenas, fiandeiras:
    Tramar os fios da vida com alegria
    e das mãos postas em concha,
    simplesmente,
    derramar
    Paz e harmonia
    Pelos pontos cardeais
    desse planeta.
    (Ludmila)

    Um lindo Dia Internacional da Mulher para todas nós! beijos! (Lud)

      

      Santíssima, de Márcia Frazão

      (Obra “As parcas” de William Blake, bico de pena e aquarela sobre papel. Inglaterra,1757-1822 Tate Gallery – London)

      E não fossem mulheres, não “apareciam”. Decerto enviariam mensageiros para anunciar a sua chegada ou criariam algum pretexto para aparecer. Não boiariam em águas profundas, não mergulhariam em charcos, não habitariam grutas nem vagariam por regiões áridas a semear rosas. Surgiriam na marra, à frente de batalhões ou de algum dragão decapitado.

      Se não fossem mulheres, decerto apareceriam só para parecer. Por exibição ou por umbigo não cortado, girariam as próprias células em torno do si: mesmo, idêntico, imutável.

      Mas como eram elas e não eram eles, deram de aparecer em santidade quântica. Por pura aparecência se espalharam por grotas, oceanos, rios, lagos, janelas e charcos. Em silêncio. Sem alarde. Por gosto muito além da língua e do paladar.

      E foram mastigadas em comunhão profana por toda ela outra que aparecia. Em princípio eterno, sem Verbo e ponto final, abraçaram o mundo em santíssima reticência.

      (trecho de autoria de Márcia Frazão, de seu livro “Senhoras do Santíssimo Feminino” de Editora Rosa dos Tempos) Leitura que vale cada linha e entrelinha!Recomendo! (Lud)

        

        Viva Lórien, Senhora da Floresta Dourada


        (Erik e Lórien)

        Faz um ano que Lórien nasceu.
        Domingo de carnaval, dia 6, comemoramos seu aniversário aqui em Rio Grande, em clima de carnaval.
        Lórien vestiu-se de fadinha da Floresta Dourada, do livro “O Senhor dos Anéis” de onde se originou seu nome, escolhido pelo papai. Foi um dia muito especial para todos nós! Fim de festa…Lórien cansou…”Quero minha caminha, vovó” reclamava ela em seu dialeto de fadinhacansadinha! Ufa! Nós também!(vovó Lud)

            

          Escrever ou não escrever…eis a questão!


          (Esta imagem é do fotógrafo profissional e jornalista científico, Laurent Laveder, que criou a série Moon Games, composta por diversas imagens que mostram pessoas interagindo com a Lua. Laveder faz parte do coletivo The World At Night, que reúne 30 dos melhores astrofotógrafos do planeta.)

          Receitinha de escrever…
          Tão bom seria se houvesse receita de bem escrever! Pois eu acho que ela existe e vou revelar-lhes a que eu fui descobrindo, aos poucos…
          Em primeiro lugar, é preciso ter sempre à mão lápis e papel, porque o fermento da escrita cresce e transborda da gente a qualquer hora e em qualquer lugar, então, prevenir é sempre o melhor caminho!
          Ter a certeza absoluta de que há muitos enredos dentro da gente. Escrever é apenas abrir a porta e permitir que eles saiam: livres, selvagens, indomados. Postos para fora, aí sim, caberá a nós colocá-los sobre os trilhos da história.
          Um escritor precisa desenvolver também outros ofícios, que lhe permitirão trafegar com maior segurança pelo mundo das idéias. Por exemplo: Tem que saber ouvir o mar. O mar fala o oceanez, um dialeto dominado pelas gaivotas e pelas sereias. Não sei se os tubarões o compreendem, mas, os golfinhos, com certeza!
          Conversar com as violetas também ajuda. Sabiam que as violetas, assim como todas as flores miúdas são poliglotas? Meu avô conversava com elas em russo. Agnes, minha amiga de infância, em francês. Taeko, minha vizinha, fala com elas em japonês. Eu converso mesmo no bom português, e elas respondem a todos com buquês cada vez mais coloridos. Aprendi com as violetas, que o cravo nunca brigou com a rosa! Isso é intriga de gente sem assunto, e dá uma bela discussão e até uma boa crônica!
          Um bom escritor precisa também, e sempre, olhar para o céu diurno e ler as histórias que as nuvens sabem contar como ninguém! Pegue a criança mais próxima a você (pode ser, inclusive, a sua criança interna)e deite-se num gramado próximo, ou na praia, ou no quintal mesmo, e deixe a nuvem guia-lo por castelos, jardins, florestas,labirintos…A nuvem entra na cabeça da gente e nos deixa prontinhos para criar quantos enredos conseguirmos!
          Ah! Numa receita de bem escrever, não pode faltar nunca a magia. Magia de capturar o cheiro da terra molhada após a chuva de verão, do salto do grilo trapezista, da organização das formigas, em fila indiana, levando gravetos para construir suas muralhas subterrâneas, do raio de sol anunciando o alvorecer (ou o anoitecer, tanto faz, desde que a gente o capture com o olhar…) Nossa! Quantas histórias podem ser escritas observando o céu tinto de rosa e lilás!
          E, um bom escritor precisará de abrir seu coração e alma para a poesia. Poetas usam uma linguagem simbólica que modifica as palavras e nos permite transgredir, filosofar sobre a dor e o prazer, revelar o indizível. Bem dizia Guimarães Rosa que a poesia era “uma irmã incompreensível da magia”. Citando Rubem Alves ( aqui faço uma observação: ter a companhia de escritores que nos inspiram, é um ingrediente importantíssimo nesse processo. São eles que, generosamente, nos deixam entrar em suas criações, ter acesso à sua visão de mundo, o que nos fornece subsídios para imaginar a nossa própria receita) Mas, citando Rubem Alves: “meu rio de pensamentos foi surpreendido por um peixe dourado que repentinamente saltou de dentro de suas águas e falou um poema – os poemas moram sempre no fundo das águas…” eu complementarei que, não só os poemas, mas todos os escritos “moram sempre no fundo das águas”! Das águas de nosso oceano interno, tão rico, único, diverso e inexplorado.
          Então, terminando essa minha explanação eu direi a vocês: Um bom escritor precisa, com a máxima urgência, aprender a nadar! (Ludmila Saharovsky)

          PS. Sabem quantas vezes eu reli esse texto antes de publicar?
          Vocês nem imaginam…e com isso, segue o segredinho final: escrever, ler, reler, burilar a escrita, experimentar novas coberturas, acrescentar, tirar e ler, reler, lapidar, escrever, apagar, reescrever…

              

            Passeio ao Chuí





            Um de meus passeios prediletos é viajar até o Chuí, passando pela magnífica Reserva do Taím, pernoitando em Santa Vitória do Palmar e, naturalmente, percorrer as lojas de artigos importados na fronteira com o Uruguai. Foi o que fizemos neste final de semana. Para vocês, as fotos da viagem. (Lud)

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