Distante 6 km do centro da cidade, em direção ao Morro da Igreja, este sítio não é devidamente sinalizado, pois encontra-se numa propriedade particular. Chegamos até as cavernas, parando e pedindo informações às pessoas que encontrávamos pelo caminho. O itinerário é mais ou menos o seguinte: ao passar pela Igreja de Santo Antonio, na localidade de Santo Antonio, entrar na primeira rua à esquerda e seguir até a gruta do Rio dos Bugres, por uma estradinha de terra batida (em bom estado) por aproximadamente uns 12 km, tendo, também à esquerda, sempre, a presença do Rio dos Bugres. Quase chegando, começam a aparecer as placas indicativas. Na propriedade, fomos recebidos pela simpática e falante proprietária que nos informou que a estrada até as cavernas estava intransitável e que teríamos que subir a pé. O ingresso foi simbólico: R$3,00 por pessoa, com direito às lanternas. A história do local é bastante curiosa. Ela nos relatou que vem recebendo visitas periódicas de geólogos, que divergem nas opiniões. Para alguns, as cavernas (elas estão mais para covas, ou túneis, ou labirintos interligados com diversas saídas e boa ventilação) são resultado da passagem de lavas pelo local, em tempos muito remotos. Para outros, os buracos teriam sido feitos por tatus gigantes, pré-históricos, que habitavam a região. Já no guia turístico, a informação que consta é a de que as “covas” de origem desconhecida, teriam servido de abrigo para os índios que habitavam a região. Nelas, os “bugres” se protegiam contra o frio intenso da Serra e contra os animais selvagens. No entorno das cavernas existem poços escavados com armadilhas para captura de animais de grande porte, mas o acesso a elas está fechado por motivo de segurança. Após uma subida íngreme de uns 300 metros, as cavernas surgem camufladas por densa vegetação. É um passeio muito interessante! Mais fotos e informações podem ser vistas no endereço http://www.magnusmundi.com/as-cavernas-dos-bugres/
A paisagem do entorno das grutas é maravilhosa. Abaixo as fotos do rio, da estrada de acesso e dos moradores
Outra atração para os visitantes da cidade é a gruta de Nossa Senhora de Lourdes. Ponto de peregrinação religiosa, é uma gruta natural, cercada por paredões de rocha, dentro de um belo parque. Atrás de uma queda d’água de dez metros de altura, encontra-se a imagem de N.Senhora com muitos objetos e fotos deixadas no local pelos fiéis, como testemunho de graças alcançadas. A gruta fica no bairro de Santa Tereza, a 10km do centro, em direção do Morro da Igreja.
Próxima postagem, a maravilhosa pousada Kiriri etê.
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Urubici, SC. Inscrições Rupestres
A pedra com as muitas inscrições rupestres fica no Morro do Avencal, no km 5 da estrada que vai para São Joaquim. Se a gente não ficar atenta, passa por ela sem se aperceber, pois a placa indicativa está arrancada e jogada num canto da estrada mostrando a direção contrária! Na pedra, imensa, estão as inscrições deixadas por povos que habitaram a região há pelo menos 4.000 anos, um dos mais importantes registros arqueológicos em território catarinense (segundo informações do folder). Presume-se que esses povos considerassem sagrado o local das inscrições. Dentre os desenhos destaca-se a imagem perfeita de um rosto, a “Máscara do Guardião”, que deve ser procurada atentamente pelo visitante. Quando eu soube, pelo guias da região, da existência desse registro, fiquei muito emocionada. Estes sinais civilizatórios tão antigos, sempre me remetem a um estado de espírito atemporal, onde minha alma viaja e recria histórias dentro da história. Eu imaginei que encontraria um espaço cercado, protegido, respeitado, resguardado. No entanto, o abandono do sítio fez com que eu passasse por ele, à deriva. Precisei retornar e buscá-lo. Realmente não entendo o descaso tão grande que nutrimos por nosso passado, passado que pertence a toda a humanidade. Afinal, sinais que datam de 4 mil anos, deveriam ser resguardados, relíquias arqueológicas vivas, a nos indicarem a continuidade da vida humana sobre o planeta. No entanto, a pedra está marcada com inscrições tipo “Jonatan e Elisete estiveram aqui”, sacos de plástico, latas de refrigerante e fezes infestam o lugar numa flagrante ignorância que hoje impera em nosso País, de história tão desrespeitada. Ah! Fosse em qualquer país fora do nosso e as inscrições estariam protegidas por molduras de vidro, o lugar teria inclusive taxa de visitação cobrada e filas de estudantes e historiadores ávidos em visualizar tamanha riqueza. Mas…estamos no Brasil! (Ludmila) (foto antiga, da Internet, hoje a placa está ilegível)Seguindo mais alguns km e entrando em propriedade particular, chegamos à Cachoeira do Avencal, com seus 100 metros de queda livre em meio aos penhascos. Pode-se chegar de carro até o alto da cachoeira, depois, o percurso é feito a pé.