Nunca mais a vi, mudou-se para as páginas de um livro.
Junto ao poema, ela fica sentada nas linhas do que havia escrito,
em segredo, abraça todos os sentidos de um amor perdido.
Ao abrir o livro,
um leitor descuidado em desaviso,
encontra aquele amor distraído,
e não pula para a página seguinte.
Ela está esperando por todos os cantos da palavra
que alguém a resgate e devolva toda a sua história.
Recapitulei as páginas, carreguei as palavras e levei tudo pra casa,
(não há mais lágrimas para aprender), todos os livros vivos,
soltam um pouco de gente nas suas folhas.
Wilson Caritta.
o poeta nasceu em São Paulo em 1964. É autor de Rebeldes Olhos azuis (1988)
O profeta da Ilha (2002) e Poemas em Autoplágio (2013)