(cena do filme Festa de Babette)
“O Universo nada significa sem a vida, e tudo o que vive se alimenta” (Brillat Savarin em A fisiologia do gosto)
Na casa de meus avós o domínio da cozinha pertencia a ele: o avô cozinhava como ninguém! Sopas, pães, geléias, licores, compotas, marinados, tudo saía excelente de suas mãos, que sempre acrescentavam minúsculos detalhes às receitas preparadas. O purê adquiria traçados feitos com o garfo que me remetiam à terra arada, salpicada por pequenos brotos de endro. A maionese vinha encimada por suculentos cogumelos confeccionados com ovos cozidos e chapéus de cuias de tomate. Até o insuportável espinafre tornava-se saboroso transformado em jogo da velha disposto em pequenas tigelas circulares sobre o tabuleiro da mesa! A sopa jamais era servida sem a companhia de um buquê de ervas aromáticas. E as compotas! Ah! As compotas com nacos de frutas boiando na calda afrodisíaca espalhavam seu perfume não apenas na cozinha, mas no quintal e até na rua!
Foi na cozinha de meu avô que eu aprendi que a gula não é pecado. A gula é a resposta de nossos sentidos à magia de antigos rituais que se iniciam pela ação do fogo que transforma tudo o que toca: no cadinho dos alquimistas e nas panelas da cozinha. (Ludmila)
Sílvia Sotero:
Lud, fiquei com água na boca!! Meu Zé é assim…faz delícias na cozinha, como eu já comentei várias vezes…e pratica uma certa alquimia sem mesmo saber (ou sabe, eu não sei…). Na feira, a barraquinha das ervas é a sua preferida. Faz suas misturas mágicas e nos fascina!! Bjo grande com saudades! Parabéns pelo seu blog, é literalmente uma delícia!
Oi Silvinha! Obrigado por estar sempre comigo! Saudades docê e do Zé! Homens na cozinha são o que há de melhor!!!Quando voltar pra Jacareí, já estou me convidando para um almoço, viu Zé? Beijos, meus queridos!!