Nestes momentos de melancolia em que a alma pede tréguas ao corpo fatigado, cala-se a boca, os olhos perdem-se na linha do horizonte e eu sorvo o silêncio, estancando em mim todo o desejo. Minhas mãos tombam inertes sobre o colo e o coração é um instrumento de argila que ecoa na gruta da carne. Por ele escorre apenas o sangue das horas. Estou inteiramente isolada em meu sepulcro que me defende da agrura indecifrável dos dias. A solidão não me espanta, antes, frutifica-se em letras vivas que brotam sonoras no solo sagrado do poema. Elas, misteriosamente, dissipam as trevas e espargem o orvalho da alegria. É preciso abandonar-se, às vezes, no meio do caminho para retornar à estrada da vida. (Ludmila com foto da Internet)
Arte
para que se torne
suportável
para que se torne
narrável
para que se viva
do embrião
para que se escreva
o epitáfio.
(elke lubitz)
Elke é uma amiga muito querida e uma poeta festejada. Seus trabalhos podem ser vistos no blog
http://letraso.blogspot.com.br/2015/04/arte.html?spref=fb
Tempo, tempo, tempo…
Na casa que em mim dorme, percorro os corredores das lembranças, enquanto as sombras se transformam em miragens e acendem outro espaço e outra aurora. Então, vestida de impudica ternura, toco-me o corpo incendiado de desejos e permito que o passado me alcance: é quando o tempo ganha corpo e me devora. (Ludmila com foto Internet)
Liturgia da Consagração
Gesto-te, sangue de meu sangue, meu poema
e teu canto me alcança quando o meu se cala.
É para dizer-te que eu existo.
És a raiz de todas as palavras que me faltam.
Eu te nomeio, apenas, para que me fecundes com o fogo de teu verbo.
Ele que consagra a noite com o mesmo dom velado com que sangra o dia.
Toco tuas palavras que me inspiram
e se transformam em pão em minha boca
e então…
Sento-me à mesa e te comungo
nessa liturgia da consagração
em que o poema se faz carne e me habita.
(Ludmila)
A vertigem do poema
Eu te componho em mim,
mas não no emaranhado das frases lapidares.
Escrevo-te nas entrelinhas da noite,
No silêncio do estio,
No cenário dos sonhos entre tempestades.
Construo-te na sacralidade do profano
onde a razão não encontra serventia.
Na turbulência dos sentidos,
na submissão do texto,
na rotação do transe que move o mundo
e na tenacidade dos desencontros
eu me ancoro e me entrego à vertigem
de ser o avesso do poema
que se lê, como se não fosse….
(Ludmila)
Hang Son Doong
Hang Son Doong from Ryan Deboodt on Vimeo.
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Hang Son Doong from Ryan Deboodt on Vimeo.
https://vimeo.com/121736043
O vídeo abaixo é uma prova de que um mundo inteiro pode prosperar no subsolo. Capturado pelo fotógrafo de viagens Ryan Deboodt, atualmente morando em Pequim, a filmagem foi feita através de um drone transportando uma GoPro. Ela fornece uma visão rara da gigantesca caverna Hang Son Doong, no Vietnã – e há todo um ecossistema à espera para ser explorado.
Fala
Tudo
será difícil de dizer:
a palavra real
nunca é suave.
Tudo será duro:
luz impiedosa
excessiva vivência
consciência demais do ser.
Tudo será
capaz de ferir. Será
agressivamente real.
Tão real que nos despedaça.
Não há piedade nos signos
e nem o amor: o ser
é excessivamente lúcido
e a palavra é densa e nos fere.
(Toda palavra é crueldade.)
Orides Fontela
Monjas Beneditinas: Mosteiro de São João
O Mosteiro de São João, das Monjas Beneditinas é um espaço que une a beleza, à paz e à espiritualidade.
O espaço oferece uma agradável área de reflexão e oração. Caminhos cercados de luminárias levam a grutas com imagens cristãs, onde os visitantes podem desfrutar do espaço para fazer suas preces com paz e tranqüilidade.
No Mosteiro vivem 27 irmãs.
A principal atração do Mosteiro é recital de Canto Gregoriano. Diariamente as irmãs se reunem na Capela de São João Batista, pontualmente às 17h45 para cantar as belíssimas orações que fascinam a todos os visitantes.
Desde o início de sua fundação, as freiras do Mosteiro São João dedicam-se aos mais variados trabalhos artesanais que são vendidos numa loja instalada dentro do próprio espaço, e também à catequese das crianças e um trabalho social com as mães da região, que as auxiliam na confecção dos pães e bolos.
Atualmente, além do artesanato as monjas possuem uma boa produção em biscoitos, pães, bolos e geleias. Elas revendem também mel, vinho e uma variedade de artigos religiosos e lembranças. (informações retiradas do folder)
Museu Felícia Leirner
Outro lugar de visita obrigatória é o Museu Felícia Leirner. Localizado sobre uma colina de frente à Pedra do baú, esse enorme museu ( o maior à céu aberto da América Latina, com 35 mil metros quadrados) abriga as esculturas da premiadíssima artista polonesa radicada no Brasil, Felícia Leirner. São cerca de 108 peças de cimento e bronze distribuídas ao ar livre, por trilhas que serpenteiam a paisagem e retratam as várias fases da escultora, que nasceu em Varsóvia em 1904, morou na Polônia até 1927, quando veio para o Brasil.Foi no ateliê do renomado artista Victor Brecheret que foram criados seus primeiros trabalhos pertencentes à fase “Figurativa” e são datados de 1950 a 1958. Com o falecimento precoce de seu marido em 1962, e abalada por esta situação, Felícia Leirner resolveu afastar-se dos grandes centros de artes para refugiar-se em Campos do Jordão, instalando-se na cidade em 1965. Este foi o ponto de partida para a fase dos “Habitáculos” em 1966, onde envereda pelo território da arquitetura com esculturas habitáveis. O International Sculpture Center de Washington, através de sua revista Sculpture, classificou o Museu, em 1987, como um dos principais do mundo. E em comemoração a X Bienal, O Correio do Brasil escolheu uma escultura da Felícia para ilustrar um de seus selos. (fonte Internet)
Amantikir: Os jardins que falam
Dispostos em uma área de 35.000 metros quadrados, os 26 Jardins de Amantikir nos levam a uma viagem ao redor do mundo, com visitas à França, Inglaterra, Áustria, Alemanha, China e Japão, entre outros países, mas, previna-se: vista calçado adequado, pois o passeio completo demora cerca de uma hora e meia, isto sem contar as paradas obrigatórias para as fotos, pois a cada instante surgem novas e deslumbrantes paisagens. Um simpático café oferece aos visitantes o necessário descanso, mas, durante todo o percurso encontramos muitos bancos para sentar e comungar com a natureza e cenários para fotos incríveis. No local não se vendem mudas de flores. Podemos apenas apreciar sua beleza nesta propriedade particular que não recebe qualquer subsídio, por conta disso cobra ingressos que não são muito baratos (R$ 30,00 por pessoa com descontos para grupos e os visitantes da terceira idade) mas vale a pena! Os labirintos dispostos em meio à exuberante paisagem da Mantiqueira, imersos na neblina daquela manhã foram uma atração à parte. O alarido dos pássaros, o som do vento nos pinheiros remeteram-me aos escritos de Guimarães Rosa:”São muitos e milhões de jardins e todos os jardins se falam. Os pássaros dos ventos do céu, constantes, trazem recados.” Realmente, Amantikir é um espaço de sonho, beleza e encantamento para todos aqueles que se dão a oportunidade de conhece-lo.