Hoje é aniversário de minha florzinha mais linda: Alecsia!
De presente, para ela, transcrevo esse continho que escrevi no inverno, alguns anos atrás. Beijos, beijos, muitos beijos, meu amor! (vovó Lud)
Uma história para Alecsia
Já era de manhãzinha, mas de manhãzinha de julho fria, fria…e o Sol, coberto até o pescoço pelo edredom feito de nuvens fofinhas, não queria saber de levantar!
Levanta, Sol! piaram os passarinhos…
Acorda, Sol! escreveram no céu as borboletas com suas azas multicoloridas, louquinhas para começarem a brincar de esconde-esconde no meio das roseiras…
Cadê o Sol? Ruminaram com suas antenas as formiguinhas, saindo para construir uma nova estrada na grama do jardim. Uma estrada comprida, comprida por onde elas iam levar para o formigueiro um monte de folhinhas, gravetos e sementes.
Acorda. Sol! Latiu a Salomé, buscando um pedaço de chão quentinho para deitar e tirar outra soneca, pois a noite foi cheia de aventuras correndo atrás dos gatos dos vizinhos! Mas, para o desespero de todos, o Sol…. Nada de acordar!
Os girassóis estavam sem poder brincar de roda, o mamoeiro sem tomar seu banho de bronzeamento, as samambaias sem ter como secar suas longas cabeleiras molhadas pelo sereno da noite, e as estrelinhas do céu, cansadas de brilhar, estavam quase desmaiando de sono. O Sol não levanta, reclamavam…sem poder ir dormir junto com o dragão que vive do lado de lá da Lua.
“Vovó, cadê o Sol”, perguntou Alecsia, curiosa, louca para aproveitar o primeiro dia de férias e brincar de casinha no jardim. A vovó se levantou, olhou pela janela e viu o malandrinho do Sol roncando de dar gosto no céu, lá atrás da Mantiqueira! “Mas…o que será que houve”? pensou a vovó em voz alta… “Será que o Sol se resfriou? Será que congelou de frio, já que arder de febre, para ele, não era ficar doente! Ele já ardia todos os dias, senão não seria Sol!” “Ah! Já sei…”disse Alecsia! “Acho que ele foi na festa de aniversário de São João e ficou muito cansado..”.É! Pode ser! Teve fogueira, teve rojão, quadrilha, quermesse… festa a noite inteira!” “É…e eu acho que o Sol foi casar com a Lua!” “Verdade”? “E todas as estrelinhas foram madrinhas…” “E São Pedro?” “Ah…ele foi o padre!” “Ta certo!” “Então vamos deixar o Sol dormir mais um pouquinho, não é mesmo?” “Vovó…ele não está dormindo… ele já está se espreguiçando…olhe lá um bracinho dele brilhando na grama do jardim!” (Ludmila Saharovsky)