(Crônica publicada na primeira edição da revista “Absollut”, novo empreendimento editorial de Benny Lima para São José dos Campos)
Mais uma vez reinicia-se um ciclo: Teremos 365 dias, para viver nossos sonhos, esperanças, alegrias e desilusões. Mas, como entende e interage o homem com essa dimensão, sobre a qual não tem qualquer controle?
Os gregos da antiguidade possuíam três palavras para designar tempo: Aion, Kronos e Kairós. Aion referia-se àquele período incomensurável, desmedido, o tempo divino, que existe desde que a vida começou. Diante dele, tomamos consciência de nossa pequenez e fragilidade. Somos uma nanoscópica partícula compondo o imenso Mar da Vida! Esse tempo nos exige, no mínimo, humildade e reflexão. Não há como cultivar nele, qualquer tipo de ego, muito menos, o exacerbado, que, em nossa total ignorância nos torna centros do universo. Que Universo?
Já Kairós é aquele instante dentro do tempo em que somos presenteados com oportunidades únicas que, se não estivermos atentos, antenados, sintonizados na frequência exata, deixamos passar para o nunca mais: Uma estrela cadente e a esperança de conseguir o desejo formulado, um feixe de luz entre as samambaias que se reflete em nossa alma, a inspiração para um poema que nos toca e se esvai, a visualização da cauda do cometa que só retornará no próximo milênio…
E chegamos a Kronos, o tempo devorador, o tempo abrupto, datado, escasso, cruel, que passa e nos arrasta atrás de si. Ele nos governa com suas horas, minutos e segundos que nos empurram, sem cessar, para o capítulo final de nossa existência humana. A cada ano, nós festejamos Kronos. Ele vem sempre, metaforicamente, travestido de criança feliz, cheia de vida e de energia, e sai de cena como o ancião de longas barbas brancas apoiado em seu cajado, carregando consigo, apenas, as lembranças do que viveu. E essa imagem, tão rica em significados, passa por nós, à deriva, a cada final de ciclo de 365 dias: Tempo em que a terra completa uma volta inteira em torno do sol. Tempo em que acontecem as quatro estações completas, fora e dentro de nós. Tempo de semeaduras e de colheitas. Tempo de enchentes e de estiagens. Tempo de viver a nossa própria medida de acertos e erros com responsabilidade e energias renovadas. Afinal, o que é Kronos, frente à magnitude e exuberância de Aion?
Treinemos, pois, a felicidade em 2011. Ela é a única medida que vale todo o nosso esforço!
(Ludmila Saharovsky – crônica publicada na Revista Absollut em dezembro de 2010)
Como é bom ler você…
Que o novo ano venha carregado de alegria e sucesso!!
beijo
Ju
Querida Ludmila, que linda crônica!
Lendo me recordei de algo que aprendi com a Mestra Délia, ela diz: "o tempo (Kronos) foi algo criado pelos Deuses para que pudessemos entender a eternidade" . Ver o tempo passar e deteriorar todas as coisas, nos faz buscar o sentido da vida no mais profundo de nós mesmos,ai então paramos de olhar para fora e buscamos o que é duradouro e e real.
Sinto muita saudade de você, da sua alegria, do seu entusiasmo. Sei que em 2011 você continuará espalhando tudo isto por onde estiver.
Um grande beijo
Silvia e todos da Nova Acrópole de Niterói.
Querida Silvia!
Também sinto muitas saudades de minha escola, de minha mestra querida, e de todos os amigos de alma que fiz aí na Nova Acrópole em Niterói.O que mais lamentei nessa minha mudança para Rio Grande foi a falta de acropolitanos para compartilhar o cotidiano e prosseguir nos estudos, mas, não deixarei de colocar em prática tudo o que aprendi dos grandes mestres através de vocês!Beijos, saudades e todo o meu amor!
Ju! Você sempre me prestigiando. Viva a amizade! Te amo, amiga linda!