Versos de sal e cinzas.

06 (1)
Nem sempre me inspiram as flores e as estrelas que invadem minhas retinas e as povoam de luz e de esperança.
Também a loucura me inspira. Essa que incendeia a rotina dos dias e esgarça a certeza das coisas.
Nascem meus versos, então, cheios de sal e cinzas, como agora.
Digo: Vem! Senta-te à mesa e devoremos o desencanto das horas mortas.
Vem! Desfruta dessa tristeza que me transforma em pedra, cratera, abismo.
Vem! Te junta a mim e vamos sangrar as veias da poesia, até que os peixes cintilem na água, como as estrelas no céu. (Ludmila)
Arte do fotógrafo russo Stanislav Aristov

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