As Paredes – João Maimona (Angola)
essas nuvens já não serão minhas.
as minhas serão as paredes nutridas de janelas.
entre as paredes adormecidas
abraçarei as árvores sonoras e estranhas.
o silêncio caminhará pelas paredes.
as casas amargas irão aterrar na história.
os meus dedos irão palpar novas paisagens
e as minhas nuvens falarão com voz indiferente.
essas nuvens já não serão minhas:
serei o relevo da geografia do amor,
serei a folha do mato público
que se solta indo beijar as nuvens da alegria.
Vidráguas (www.vidraguas.com.br) é um espaço democrático, aberto a todos os poetas, criado por Carmen Silvia Prescotto, onde alimento minha alma e a preparo para as travessias diárias. Lá fiz muitos novos amigos, dentre os quais, Edilberto Djuba Pires, que reparte conosco seus mágicos achados.
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(Ludmila)